sábado, 23 de agosto de 2008

Os inactivos activos


Conheço muita boa gente que cumpre o seu horário de trabalho e corre para casa onde se deixa afundar no sofá. Aí ficam a resmungar da vida, a julgar os outros e a fazer críticas a tudo um pouco. Nos dias de folga, não se levantam para ir trabalhar mas também não vão passear ou fazem algo positivo. Voltam a afundar no sofá.

Também conheço muita boa gente sem emprego. Ou porque se ocupam da casa, ou por uma qualquer outra razão, como a reforma antecipada e até mesmo o desemprego.

Cada caso é um caso mas nem tudo o que parece é.

Não são poucas as vezes que observo o indivíduo «inactivo», descriminado por não estar a trabalhar quando a idade o permite, num lufa-lufa com as ocupações que entretanto arranjou. Não são remuneradas nem lhe proporcionam a satisfação de sair de casa e estar com alguém. Mas o lufa-lufa de um indivíduo que, activo ou não, não se limita a afundar no sofá, indica uma pessoa activa.

Já não se pode dizer que aqueles que saem de casa para os empregos são necessariamente pessoas activas. Muitos são indivíduos que vão cumprir uma obrigação, uma tarefa que cumprem para ter dinheiro e depois, regressam maldispostos, incapazes de estarem felizes consigo próprios, a descarregar nos outros, quase sempre uma frágil criança.

Cada caso é um caso, e bem que os há também diferentes.

Mas a quem cabe julgar?
O que leva a esta classificação generalista de quem «presta e não presta» de acordo com este particular factor?

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