domingo, 30 de março de 2014

Aparência do Blogue

Pessoal que me lê: o que acham do aspecto deste blogue?
Quero saber se dá vontade de ler quando se depara com ele. As letras têm bom tamanho? As dimensões da área de texto são aceitáveis?

Não gosto muito de mudar radicalmente a aparencia de um blogue, porque quando o crio já estou a associar a imagem dele à sua "personalidade". Mas este não sei... Criado em 2007, numa altura de recursos do blogger muito mais limitados. Gostei dele assim. Com espaço para texto e uma coluna sub-dividida. Mas agora queria saber o que VOCES acham. Se aqui vieram parar, «piram-se» logo desmotivados pelo ar simplório, pelas letras, ou nada disso?


O isco repescado

Relendo um dos posts deste blogue (na procura de outro) surpreendi-me com um texto que aparenta estar longínquo mas que no fundo não mudou em nada. Diz respeito à procura de emprego, às ofertas, à realidade e à propaganda. Ler aqui sff.

sábado, 29 de março de 2014

Aos ziguezagues

Eu adoro andar. Mas adoro andar maioritariamente em linha recta, não a contornar obstáculos! Como nos ensinaram a todos em crianças, presumo. 

Porque será que as pessoas andam sempre a ziguezaguiar? Hoje tentei andar a direito num largo corredor. Não consegui. A cada passo que dava aparecia mais um de um lado qualquer a obrigar-me a contorná-lo. Mais dois passos, a mesma coisa. Senti-me uma bola de matraquilhos. "Tudo bem" - pensei eu. "Estou num centro comercial, já se sabe como são os centros comerciais...". Cheios de gente. 


Mas uma vez de fora não existem diferenças. Já vou longe das portas das quais saí e mal consegui dar dois passos seguidos a direito. Ora me desviava do gajo que se atravessou subitamente no caminho e parou mesmo diante de mim para puxar uma passa, ou outra cena qualquer do jeito. A sério: não consegui andar três passos em linha recta! Na rua, num passeio larguíssimo, foi impossível. Será assim tão difícil escolher uma direcção e se manter nela

Está certo, todos nós mudamos de rumo mas o que é feito ao andar direito? Porque caminham as pessoas aos ziguezagues? Aos encontrões, na diagonal, com paragens inoportunas, impróprias e bloqueios em massa? Sim, porque existem sempre um grupo de pessoas conhecidas que caminham um pouco afastadas entre si mas sempre a formar uma barreira impenetrável. E também elas «serpenteiam» pelo caminho, como uma onda que faz com que outros se tenham de desviar da «ondulação».


Já faziam muitos metros do local original quando consegui caminhar a direito. Parece tão simples, tão garantido. Contudo não é nada. Em alguns lugares para se andar, é impossível andar direito. 

Decorar prateleiras

Fui «visitar» lojas de roupa. Achei tudo desinteressante. Linhas sem interesse algum, lojas "pintadas" de roupas pretas e brancas, quase que a tornar deprimente a chegada da Primavera.

E os preços? Até as mais «baratuchas» tinham peças absurdamente caras para o seu desinteresse. Muito sinceramente achei que mais valia pagar os preços das roupas das lojas dos chineses de qualidade apenas ligeiramente inferior do que muita daquela que vi nos cabides de lojas mais conceituadas. A diferença nas etiquetas é maior do que a diferença nos tecidos.

Eu até sou daquelas pessoas que acha que faz muito tempo que as lojas dos chineses deixaram de ser baratas e acessíveis e tenta por tudo não dar mais dinheiro a quem não precisa. Nada ali é barato como tinha obrigação de ser. Mas mesmo assim os preços que vi nas etiquetas alheias versus originalidade e qualidade fizeram-me concluir que o lugar daquela roupa sem atractivo algum é a prateleira mesmo. A decorar.

O que quero eu sei, mas encontrar...

Dentro de meses tenho um casamento para ir e pela primeira vez apetece esmerar-me na aparência. (deve ser da idade). Sei exatamente o que quero mas e encontrar? Acho que se o esforço for muito vou acabar por não ligar nenhuma e vestir a primeira coisa na qual me sentir confortável e assim não me chateio mais.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A extraordinária inteligência infantil

Como é possível que uma criança de 21 meses que gosta de automóveis ao ver passar um carro preto reconheça o modelo? 


É verdade. Estava com uma ao colo enquanto alguns carros pretos passavam. Nisto passa um que é o exato modelo do carro da progenitora e a criança aponta e diz: «mãe». Quando olhei só tive tempo de reparar na retaguarda e perceber que se tratava do mesmo modelo sim. Mas como a criança o percebeu muito antes de mim e entre outros carros pretos isso é que é fascinante!


Ah, e ainda não contei como é que esta criança se comporta quando segura um telemóvel. Pois não é preciso muito para adivinhar... parece que sabe mexer melhor neles do que eu! E aqui a sua inteligência também se destaca pela extraordinária capacidade de diferenciação. Se nas mãos segurar um telemóvel de última geração, a criança passa o dedo pelo ecran táctil. E vê as imagens a mudar. Se for dos antigos, carrega nos botões e sem se enganar na direcção (é surpreendente). Não coloca o telemóvel ao contrário e leva-o ao ouvido.

Conhecem os desenhos Pocoyo? Pois a criança estava a vê-los quando o narrador pergunta: "Sabem a quem é que o Pocoyo pode pedir ajuda?"
Subitamente a criança responde: «Pato». Nitidamente e bem pronunciado.

Quase diria que não estava a prestar muita atenção à história pois não para quieta mais que uns breves segundos mas aqui reside o fascínio que nutro por crianças. São esponjas que absorvem tudo com uma extraordinária e invejável capacidade. Diria até que seus cérebros são aptos de registar audio e video como se uma câmara se tratasse. E é isto, exatamente isto que mais me fascina em tudo o que diz respeito ao surgimento de uma nova vida. É esta capacidade progressiva, rápida e surpreendente para assimilar e aprender. E ao mesmo tempo que são assim, são também frágeis, se não estivermos por perto a cuidar e a prestar atenção podem magoar-se a sério e também, mesmo diante de toda esta extraordinária capacidade, há tanto que ainda não sabem. Há tanto que desconhecem. 


terça-feira, 25 de março de 2014

Tem iphone? Largue-o por 10 minutos!!

Isto é muito interessante. Um desafio para os proprietários de Iphones. Se ficar 10 MINUTOS sem lhe tocar algures uma criança vai ter água potável!!! A TAP project é uma iniciativa da UNICEF. Quer participar? 

Leia já tudo sobre a iniciativa AQUI. Sem sair do seu conforto, sem qualquer incómodo, VOCÊ contribui para dar água potável a quem dificilmente a tem. Tem iphone? Largue-o por 10 minutos!


FYI: o site da campanha lê os sensores do telemóvel e sabe quando você mexe nele.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Recruta de mão de obra

A data do acto remota a Maio de 2004, mas a missiva foi escrita em Janeiro de 2005.
Falo de ter encontrado entre a papelada que guardo (post anteriores) um print de um email dirigido a uma empresa de recrutamento de trabalhadores para empregos no Estrangeiro. E subitamente apeteceu-me vir aqui escrever sobre esta «moda».

Em 2004 a crise já existia, não era é falada ou assumida. Mas já era difícil encontrar uma colocação, embora não tanto quanto actualmente. E surgiram como cogumelos pessoas interessadas em tirar proveito da situação. Muito em voga na altura foi o surgimento de uma quantidade significativa de empresas de recrutamento de trabalhadores para o estrangeiro que, em troca de DINHEIRO por uma inscrição, mantinham o candidato inscrito durante UM ANO na sua base de dados. 

O site da empresa onde me inscrevi estava repleto de casos e casos de «sucesso» de empregabilidade mas ainda mais importante, de ofertas que pareciam legítimas. De várias ofertas de empregos diversos e interessantes, razoavelmente remunerados tendo em conta não as horas de trabalho e o trabalho em si, nem o custo de vida dos países de oferta, mas comparativamente aos salários de cá. Nenhum emprego oferecia menos que 1000€ de salário. 

No email questiono a empresa sobre a ausência de ofertas laborais a mim dirigidas durante todos os meses passados desde a inscrição e pedia explicações sobre o facto da empresa ter publicado novamente nos jornais novos anúncios a solicitar novos candidatos para novas vagas de emprego «urgentes». E nessas vagas não existe nada para mim? Para os já inscritos?

O meu contacto obteve resposta. Disseram-me que tinham um posto de trabalho na Suiça, a ganhar 1000€ por mês como camareira e queriam saber se estava interessada. Respondi de imediato que estava. E NUNCA mais recebi um contacto da empresa.

E pronto. Foi assim que resultou a minha «ingressão» neste género de empresas de recrutamento que COBRAM por inscrições. Sabia que estava a correr um risco e foi um risco calculado, cuja «perda» monetária embora importante não era significativa. A empresa agiu com muita esperteza, porque não foi gananciosa. Durante um ano inteiro só podia sacar 50€ a uma pessoa. Outras existiam que colocavam prazos de 3 meses e cobravam mais, sem garantias quase nenhumas. Esta cujo nome não vou referir mas que tinha sede na cidade do Porto, sabia que um esquema de burla para funcionar sem ter problemas com a lei requeria cautela, não dar tanto nas vistas cobrando valores muito altos e «camuflar» um pouco a intenção com o facto de serem uma empresa experiente no mercado. Depois foi só misturar um pouco de exageradas ofertas fantasiosas com ofertas reais. E esperar sentado que as abelhas viessem ao mel.

É mesmo assim que tem de ser feito para este género de esquemas resultar. Enquanto se faculta um ou outro serviço que pode ser real - pois a empresa aparentemente já se encontrava firmada no mercado à algum tempo, publicita-se ofertas tentadoras com ordenados aliciantes, alimenta-se a esperança de todos os desempregados ou mal empregados que querem começar uma vida melhor e estão dispostos a trabalhar duro em qualquer coisa. E por cada uma dessas alminhas receberam 50€. Agora imaginem quantas candidaturas se recebem num mês e façam a adição dos valores. Mesmo só cobrando 50€ por ano é uma quantidade significativa de dinheiro fácil ganho sem fazer nenhum.

Mania de guardar papel - 02


Papéis de cursos e formações tirados após a licenciatura...

Referência aqui

segunda-feira, 17 de março de 2014

A chegada do SOL traz mais costumes que os mencionados...

Com o sol chega um tempo mais convidativo. O espírito enche-se de uma maior alegria. A vontade de sair é maior. Fazer exercício ao ar livre é uma vontade que nenhuma chuva ou frio desanima. Mas existe uma coisa que o sol também traz. Uma coisa a quem poucos fazem referência:

OBRAS EM APARTAMENTOS!!

Boa primavera gente!

Vamos a ver se restam dúvidas sobre a minha prioridade do momento...











Já não existem Compadres


Já se passaram muitos anos mas ainda hoje recordo da presença de um casal de pessoas mais idosas presentes no velório de meu avô. E ainda quero saber quem eram. Quando ia para lhes perguntar, logo após os cumprimentar com um beijo, uma tia chamou por mim e acabei por não saber quem eram essas pessoas. Pensei, na minha inocência, que alguém ali saberiam quem eram. Ninguém sabia. E até hoje não sei quem eram aquelas pessoas. 

Será que sequer conheciam meu avô? Poderão ser dois «intrusos» que gostam de se introduzir numa multidão em luto por algum tipo de excitação pessoal? Ou terão se enganado na sala e não o perceber por nem conhecerem o rosto do falecido?

Não sei porquê mas por vezes esta história me ocorre. Será pelo mistério?


Conhecia todos no velório. Eram família. Nenhum rosto não familiar compareceu. Meu avô tinha amigos, ou colegas, não sei. Outros com quem se dava que eram da sua geração. No entanto nenhum desses rostos apareceu, nem amigo nem vizinho. É engraçado como nos lembramos disto. Uma vez estava a ver um programa na televisão em que depois de um velório a viúva diz isto: porque será que mesmo entre toda a comoção eu me lembro exatamente de quem apareceu e quem esteve ausente? Não queria ser mesquinha e ter estes  pensamentos...

Não é mesquinhez, é curiosidade e é um facto que fica e faz reflectir. Meu avô tinha conhecidos. Será isso? Quando ele falava de uma antiga amizade, sempre se referia à pessoa pelo nome, antecedendo da palavra compadre. Acho tão bonito! Compadre Joaquim, compadre Manuel... Mas normalmente logo a seguir referia o cemitério e o número da campa onde o «compadre» já se encontrava a habitar. No entanto ele não foi o último «resistente». Viu muitos partirem antes, é verdade. Talvez do grupo mais próximo quase todos tenham partido antes dele. Mas pelo menos um lhe sobreviveu. Pelo menos um teve de sobreviver e muito provavelmente foi aquele que o roubou depois de morto. (mas essa é outra história e não me apetece contar).


O seu velório teve a presença de algumas muitas pessoas. As que importavam. A família, que é numerosa. Mas eu fico a pensar se se pode medir o carácter de um homem (ou uma mulher) pela quantidade de «afluência» de vivos no velório. Quero dizer: conheci uma ou outra boa pessoa que morreu só. Talvez exatamente porque sempre foi boa demais. Boas pessoas, pobres e sem familiares não têm muitos a querer prestar a última homenagem. Não terão, provavelmente, quem vá depositar umas flores na campa. Contudo, de a pessoa for uma celebridade, aí muita gente comparece. Se a pessoa morrer de morte trágica e injusta, uma multidão aparece. Mas se não existir nada disso, quem aparece?

Imagino o meu velório (que gostava de NÃO ter). E imagino-o às moscas. Com um, dois, ou três gatos pingados, que comparecem de rapidinha para fazer a última homenagem. Talvez levados por alguma comoção e emoção de momentos do passado. Mas partindo do pressuposto que morrerei muito idosa (infelizmente e felizmente), já não terei pais para comparecerem ao funeral. Não terei filhos nem netos porque não providenciei nenhum. E os «postiços» pertencem a quem os pariu. Terei talvez umas caridosas almas. Mas sabem? Não é ideia que me incomode ou que pense muito nela. O que acho importante é a vida que a pessoa levou e a consciência com que parte, não a quantidade de ligações de interesse que estabeleceu. Prefiro uma lágrima a uma choradeira desenfreada e prefiro, sinceramente, uma única e sincera reza (nem que seja a do padre) do que uma só não sentida ou forçada. Enfim... considerações :D

sábado, 15 de março de 2014

Nem sabem o que me tem vindo a passar pela cabeça... pelo que o vou tentar resumir a isto:

"Os pais têm os filhos que fizeram"

Certo ou errado?

Viver a madrugada


Quase nunca durmo mais de quatro a seis horas por dia. Mas ultimamente nem têm sido horas de repouso seguidas. Adormeci às 20h e acordei era quase meia-noite... E estava aqui a pensar no tal emprego cuja oportunidade nem sequer realmente existiu. Era daqueles por turnos, todos os dias incluindo fins-de-semana, e o horário era de noite e de madrugada. Puxado, portanto. Contudo ninguém adivinha que nunca tive problemas com horários assim. Que até ia gostar muito de experimentar, uma vez que quase toda a minha vida fui pessoa para estar desperta de madrugada (e infelizmente não por motivos de pândega e festa). E considero tudo isto um desperdício. Existem alguns que não têm escolha com horários destes e outros que nem se importariam. Costumava passar dias especiais como a passagem de ano a desejar estar a trabalhar. Queria trabalhar nesse dia e pensava: «quantos não estão a lamentar essa falta de sorte e eu a desejar tê-la?». Nunca celebrei passagens de ano. Ficava ocupada com as minhas coisas, honestamente grata por ser uma altura (talvez a única num ano) em que por algumas horas ia ter apenas sossego como companhia. E isso me apraz. Talvez por isso (certamente por isso) desenvolvi este hábito de quase sempre estar acordada a horas em que quase todo o mundo dorme. Esta paz, esta maravilhosa tranquilidade, sem gritos, sem vozes, sem barulho, sem TVs ligadas, sem ruído de automóveis e de vizinhos - tudo isto só é possível a estas horas. 


quinta-feira, 13 de março de 2014

O governo pode já passar a máquina de quatro rodas para cá!

O título para este post quase esteve para ser "I think I may have a problem" mas além do estrangeirismo ser desnecessário surgiu de imediato outro bem melhor! Trata-se do seguinte.... I may have a problem (posso ter um problema) a respeito disto:


Tenho tendência para GUARDAR TUDO o que é papel com valores de despesas. Isto na imagem são recibos e talões, de tudo e mais alguma coisa. Cada vez que tenho esses papéis não sou capaz de os amarrotar e deitar fora. Coloco-os de parte. Como se achasse que poderão vir a ser úteis, porque são datados, porque são um registo. Uma espécie de tesouro epistemológico, um link, uma janela para o passado... Onde estava eu em Janeiro de 2008? Não faço ideia! Mas por vezes ao encontrar um papel qualquer destes me surpreendo com a história que ele conta. Por exemplo: dentro de um livro encontrei um muito bem conservado talão de hipermercado do ano... 2000! Com cores vibrantes como se tivesse acabado de ser impresso. É uma autêntica viagem ao passado. Além de suspirar por uma taxa de IVA mais baixa, tudo era tão mais barato. E os preços ainda vinham em escudos e euros! Achei que só por esse detalhe estava a olhar para um papel que convinha ser guardado. Uma relíquia histórica. 

LOL! 
Ou então tudo não passa de lixo e se lixo tiver valor será daqui a uns bons anos... Não agora. No entanto ainda não é hoje que estes papéis vão para o lixo. Deixa-os estar que quando tiver tudo organizado então perderei algum tempo a tratar deles. Entretanto por vezes descubro o recibo de alguma coisa que ainda tenho e me surpreende a data de compra. Faço assim pequenas e rápidas incursões ao passado. 

Mas por ter esta «qualidade» há anos, o governo bem que podia passar imediatamente para cá aquele automóvel! O tal, prometido a sorteio a um contribuinte qualquer que guarde as suas facturas... Acho que sou claramente a vencedora! ;)

quarta-feira, 12 de março de 2014

Tudo o que os pais fazem pelos filhos

Estava aqui a recordar: quis trabalhar pela primeira vez quando tinha 16 anos. E até tinha arranjado um emprego numa loja de um centro comercial. Mas precisava da autorização de meus pais, por ser menor. Eu insisti, insisti e insisti. Tentei por tudo lhes fazer ver que eu sentia vontade de trabalhar. Tirava boas notas na escola mas não me bastava. Eu sentia vontade de lidar com outras responsabilidades e ter outro género de relacionamentos interpessoais. O emprego seria em part-time ou aos fins-de-semana... tinha tudo para dar certo. Mas meus pais não o autorizaram. Disseram que a minha obrigação era estudar e me formar. Depois teria «muito tempo» para trabalhar. Para me calar garantiram que iam conversar com um parente que tinha uma loja, sobre a possibilidade de eu lá ir dar uma ajuda. Claro, nada aconteceu. Fiquei triste por demais, custou-me muito mesmo.  

De seguida recordei o «apoio» que me deram anos depois, quando entrei na Universidade e também comecei à procura de um emprego em part-time. Antes de ter a sorte de encontrar um, ocupei o meu tempo com alguns estágios, onde me dei muito bem. Um deles numa empresa de pessoas conhecidas que estavam ainda a começar. Lá fiquei cerca de um ano. Depois arranjei finalmente um part-time atrás de um balcão e aí sim, comecei a ter uma ocupação verdadeiramente contratual e remunerada. Durante todas estas experiências minha mãe telefonava-me para perguntar:
-"Então, ainda estás na empresa?"
-"Sim."
-"Ah, pensei que já tinhas saído"
-"Porquê?"
-"Pensei que já te tinham despedido."
-"E porquê haviam de despedir?!"
-"Porque sim. Não é coisa para ti. Tu não és disso... não vai durar muito. Tu tens é de estudar!


Volta e meia passava um dia, no outro o telefone voltava a tocar e a pergunta era a mesma. Aliás, a pergunta já vinha acoplada com uma resposta: "Já foste despedida ou ainda estás naquele trabalho?


"Isso não presta! Isso não é para ti! Isso não traz futuro!"

Quando meus pais apareciam para me fazer uma visita iam diretamente para o meu trabalho atrás do balcão. Onde ficavam a observar e a contar histórias comprometedoras sobre a minha vida a quem quisesse escutar. Um dia disseram umas coisas distorcidas que me infantilizaram de tal forma que podem bem ter prejudicado a minha posição ali.Quando chegou o momento do emprego atrás do balcão terminar a voz do outro lado do telefone finalmente teve a resposta que ansiava ouvir. "Já não trabalho". "Tanto o desejaste que ia acabar por acontecer!" - afirmei à minha mãe.

Quando terminei os estudos arranjei de imediato um estágio na área. Mas não era um estágio qualquer. Era um estágio numa prestigiada empresa, uma oportunidade difícil que poucos conseguem alcançar. Decerto invejada pelos invejosos de serviço e tive muita sorte em a obter. Sentia-me grata e feliz. E com o estágio veio um factor que na altura nem me ocorreu o quanto era prejudicial para o meu desenvolvimento: o retorno à casa dos pais. 

Vivendo com eles debaixo do mesmo teto enquanto estagiava na prestigiada empresa na área na qual me licenciei, fui bombardeada incansavelmente para largar o estágio. Ora porque "não tinha futuro", ora porque "não me pagavam", ora porque "tiravam proveito do trabalho de graça". Não faltaram argumentos que me eram assim atirados à cara mal colocava os pés em casa. Cada vez que chegava feliz e partilhava com eles uma conquista ou um sucesso laboral, faziam pouco caso ou nem prestavam atenção. Não existiu qualquer tipo de apoio ou contentamento nesta altura tão importante da minha vida. 


Meus pais pretendiam que eu largasse imediatamente o estágio para começar a trabalhar num call-center. Como se oportunidades em call-center fossem raras de encontrar e o meu estágio numa prestigiada empresa fosse irrelevante! Era o que eles queriam e não se calavam com isso. Massacraram-me o juízo. Não me deram tréguas ou sossego. Disseram-me que era uma grande oportunidade, que devia começar o quanto antes. Atender telefones era TUDO o que eu menos gostava na vida. Mas tanto insistiram, tanto me infernizaram a cabeça dia após dia que acabei por pedir autorização na empresa onde estagiava para poder conciliar as funções simultaneamente com um part-time. Escusado é dizer que tal postura acabou por ser interpretada como falta de empenho e interesse - o que estava longe de ser verdade. 

Mas meus pais estavam convictos que o melhor para mim era largar o estágio e ir atender telefones... porque um dos chefes da empresa era um familiar e garantiu que com muito trabalho e começando por baixo a promoção era garantida dali a uns anos. Lá se ia a VOCAÇÃO e todos aqueles anos de formação e estudo pela janela fora... E o pior: por um emprego pelo qual acabei por não ser admitida! 

Sabem, muitas vezes eu penso em tudo o que os pais fazem pelos filhos. Em tudo o que os meus fizeram por mim. Deram-me de comer, vestiram-me e pagaram-me os estudos. Mas por vezes penso realmente em TUDO o que fizeram por mim. TUDO.  


segunda-feira, 10 de março de 2014

Um segredo laboral


Nunca estive num emprego pelo qual não nutrisse gosto. Seja no que for (e já fiz alguma coisa), encontro sempre prazer nas tarefas e responsabilidades. O empenho nunca me falhou. Tremo só de imaginar que um dia possa executar uma tarefa de modo mecânico e sem entusiasmo. Sem ter interesse pela função.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Recruta para emprego


Telefonei para a empresa da qual aguardava uma resposta sobre um emprego. Tinham-me dito para aguardar dois ou três dias e teria uma resposta da parte deles mas já se sabe como realmente a coisa funciona. Em portugal ninguém sabe fazer esta conta básica que é contar os dias que passam. Para as empresas, até mesmo aquelas cuja reputação e viabilidade assenta na pontualidade, os dias devem ter mais de 24 horas. Só assim se justifica que dois ou três dias tenham na realidade sido oito.

Não "passou nos testes" - responderam-me. Mas que testes? Não fiz nenhum. 
Limitei-me a comparecer e a escutar o que tratava a função. Por acaso achei que a pessoa que me recebeu não foi com a minha cara e essa impressão não se desvaneceu durante todo o processo. Mas é irrelevante, penso eu - se a pessoa é profissional sabe que não se deve chumbar alguém com base na primeira impressão e sem possibilidade desta lhe dar a conhecer do que é capaz.

Disseram-me apenas para me expressar em inglês, mas por escrito, não importando a gramática (lol). 
Ora, para uma pessoa que há uns anos tirou 98% num minucioso teste de inglês de contra-relógio também de admissão para emprego no UK, acho que mesmo destreinada não ia descambar para uma prestação negativa. Para não falar que o inglês tem sido o meu ponto de acesso a praticamente todos as funções que a ele recorrem como meio de selecção. Fui admitida para um emprego de difícil acesso na banca devido à minha gramática e à minha facilidade de expressão e entendimento na língua inglesa. Por isso coloco em questão que tenha sido este detalhe o factor que fez com que a minha candidatura tenha sido rejeitada.

O que acho que realmente acontece é que as pessoas são chamadas a comparecer para se fazer uma avaliação do seu aspecto. Se tens altura suficiente, se a tua cara é mesmo como surge nas fotografias, se és «volumosa», tens os dentes direitos, tens apresentação. A apresentação que a empresa julga essencial. E aqui entra também outra equação: se és jovem. Está certo que na candidatura deixei lá todos esses dados: altura, peso, idade - tudo ficou lá. Sou daquelas pessoas que até dá um quilo a mais ou tira um centímetro mas não mente sobre a sua altura, peso ou idade só para ficar melhor vista. 

Ao telefone disseram-me que ouve muita gente que não atendeu o telemóvel quando contactados durante o dia de ontem - pensando que eu poderia ser uma dessas pessoas com uma chamada não atendida. Pois, claro que não. Não seria de certeza porque eu atenderia uma chamada dessas ou daria retorno. Não ia ignorar e esperar pelo dia seguinte. 

Serão este tipo de pessoas que seleccionam, as que nem se dão ao trabalho de dar retorno a uma chamada e tiveram um dia inteiro para o fazer?  Devem ter sido as mesmas que chegaram à sessão atrasados, trinta minutos depois da hora combinada, que entravam na sala com a desculpa de que o atraso se deveu ao «trânsito» - outra característica deste Portugal. No meu entender pode acontecer, mas não sistematicamente em todo o sítio que se vai. Uma pessoa chegar atrasada ainda vai, mas METADE do total? A meu ver esta falta de capacidade em comparecer a tempo e horas no primeiro dia seria algo que quase de imediato me causaria uma má impressão. Principalmente naqueles que chegassem 30 minutos depois! Em todo o lado a pontualidade é considerada uma característica positiva, menos cá, em Portugal. 


E é por isto que acredito que a selecção se baseia na juventude e na aparência mais do que na noção de responsabilidade e na motivação ou capacidade. Não sei se teria ou não capacidade, para o descobrir sem grandes dúvidas aguardava a fase de fazer os testes e, claro, a derradeira fase do início do trabalho - só essas é que realmente nos colocam à prova. Mas não tinha dúvidas, devido à seriedade com que encaro tudo o que faço e a responsabilidade que tenho, que estava preparada. 

O que verifico contudo agora que já vou nos 30 e muitos é que as coisas NÃO SÃO MAIS AS MESMAS. Por isso, a todos os leitores deste blogue (que são para aí dois ou três) que ainda não chegaram a esta fase, deixo o meu alerta: tratem de se estabilizar o quanto antes profissionalmente. Isso de andar de estágio em estágio e depois de emprego em emprego empregando a vossa jovem energia e as vossas excelentes ideias ao que não vos dará futuro só vos prejudica. Quase todas as ofertas de emprego e o próprio mercado de trabalho são dirigidos aos jovens ou para os que aparentam ser jovens. Não é para os que se SENTEM jovens. Ou trabalham como jovens. Tem de se ser. 

Nunca pensei que a minha aparência pudesse funcionar contra mim. Jamais fui vaidosa, é verdade, mas também não era feia. Fazia o tipo de pessoa que era capaz de entrar numa sala e as atenções virarem-se para mim - ainda que não fizesse nada para tal a não ser aparecer e um pouco bem vestida. Está certo que já lá vai o tempo. Que envelheci e engordei uns quilos. Mas porra! Ainda não sou sexagenária!! A idade traz-nos um certo "carimbo" que nos diferencia das peles mais jovens. Não é «só impressão» que os rostos deixam de se virar à tua passagem, que o empregado atrás do balcão não te cumprimenta ou deseja um bom dia e também não é impressão que um recrutador prefere uma pessoa na casa dos vinte e não um na casa dos quarenta. 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Tenho muitos amigos no Facebook

Já sei que resposta dar da próxima vez que encontrar alguém que me diga e me repita mais de 10 vezes ao longo do tempo como se sofresse de um grave caso de esclerose: 

-"Eu só tenho amigos mas mesmo amigos verdadeiros no facebook. Mas posso dizer que são todos pessoas que eu conheço, amigos pessoais meus, família próxima, pessoas com quem falo, que me dizem muito e que são importantes para a minha vida e sei que eu sou para a delas. Não adiciono qualquer pessoa, só mesmo amigos. Posso dizer que cada um dos meus 159 amigos são amigos de verdade, com quem posso contar."

Da próxima vez não vou responder: "Está bem, eu acredito que sim". Para ter de ouvir a cantiga novamente como se não a tivesse escutado outras tantas vezes. Da próxima vez vou responder logo:

-"Que bom! Assim muita gente vai comparecer ao teu funeral".


quarta-feira, 5 de março de 2014

E lá sei foi o CARNAVAL

Pois é.
O Carnaval acabou. Mas para mim foi como se nem tivesse aparecido porque nada vi.
Aqui na zona este desapareceu. Não mais se vêm pessoas mascaradas, serpentinas a voar pelas janelas nem nada que lembre remotamente a quadra. Acho que nem as lojas se embelezam com o Carnaval.

Assim sendo o que vi de carnaval e mascarados foi na internet. Deixo-vos a"fantasia" mais original que encontrei ONLINE já que as vistas não foram agraciadas com nada fora do habitual.



sábado, 1 de março de 2014

Vou lançar um DESAFIO... será que alguém alinha?

Vou lançar um DESAFIO ORIGINAL, bem simples. 

Quero que me digam do quê já se fantasiaram durante o Carnaval. Qual a fantasia que consideraram mais original e porquê? Qual delas a mais especial e porquê? Que momento do Carnaval recordas como a memória mais forte? Qual a fantasia que ficou por usar? Qual usarias este ano e porquê? Então aqui vai: Vou fazer 10 questões e apresentar a resposta. Aguardo que façam copy-paste e me informem que vão seguir o desafio :D
'Bora lá!


1- Enumera que fantasias/máscaras já usaste no Carnaval.
R- Lembro de muito poucas, todas na infância. Mascarei-me de noiva uma vez, com um vestido verdadeiro e algumas outras vezes de lavadeira. Não lembro de nenhuma outra em especial, a não ser uma de nazarena. 

2- Qual delas foi a mais especial.
R- Todas e nenhuma. O que gosto hoje de recordar sobre as mesmas é algo que não me deixava muito alegre na altura: eram todas feitas com velhas peças de roupas e não fantasias "verdadeiras", daquelas compradas em lojas.

3- Que momento do Carnaval foi o mais marcante?
R- Lembro de ter sido roubada por um senhor que me agarrou numa dança e fingiu comemorar o Carnaval para me surripiar uma nota de 500 escudos (2.50€) com que me presentearam. Foi marcante. Mas também lembro das bisnagas de água em forma de pistola e de ser divertido fazer os esguichos de água. Tinha-se sempre de ir reabastecer a dita! Lembro da beleza de atirar coloridas serpentinas de papel pela janela e vê-las rodopiar e esvoaçar. Prendia-as e ali ficavam a voar. Algumas quase tocavam o chão e era ver a criançada e alguns adultos que passavam a pular de braço esticado para as alcançar e as arrancar. Era Carnaval, ninguém levava a mal. Lembro de atirar papelinhos de papel e de fazer muitos com o furador. E lembro do Carnaval a terminar, deixando os vestígios nas ruas, com um emaranhado de coloridas serpentinas a serem empurradas pelo vento. Ah, e claro, quase me esquecia! Os «estalidos», ou as bombinhas, pequenas porções de pólvora enrolada em finos pedaços de papel de seda coloridos que quando atirados ao chão com força arrebentavam fazendo um som espectacular. Também existiam as «pistolas dos estalidos» e as «raspas», tiras de papel com uma espécie de pequena mancha tipo cabeça de fósforo que quando raspadas em superfícies duras soltavam estalidos. Não gostava tanto destas, porque era comum comprar tiras inteiras e muitas estarem húmidas e não funcionarem adequadamente, chegando a desprender-se da tira de papel ao primeiro contacto. Uma desilusão. 

4- Levaste com algum ovo?
R- Sim. Apenas um.

5- Atiraste ovos a alguém?
R- Que me lembre não. Nem balões com água. Mas recordo de furar um ovo para tirar a gema e a clara - o que era cá uma carga de trabalhos e eram preciso cá uns pulmões! (mas deve ter sido para a Páscoa).

6- Conseguiste convencer a não te atirarem ovos?
R- Sim, bastava falar sério.

7- Qual foi a tua melhor partida?
R- Todas as que conseguiram surpreender as pessoas e aquelas em que as pessoas sabiam alinhar na brincadeira. Talvez tenha sido colocar pó que causa comichão e ver a pessoa queixar-se e coçar-se muito.

8- Qual a fantasia que ficou por usar?
R- Tantas! Para quem até gosta desta quadra gozei pouco a mesma.

9- Qual a fantasia que usarias este ano?
R- Falta-me inspiração e só me apetece usar uma máscara rendilhada.

10- Qual a fantasia mais ORIGINAL que já viste?
R- Xiiii!! As pessoas estão sempre a surpreender-me com a sua originalidade e ousadia. Várias me surpreendem nesse sentido.


Algumas coisas a se saber sobre o envelhecimento que não nos dizem

Algumas coisas a se saber sobre o envelhecimento que não nos dizem:

1 - Pode acontecer de um momento para o outro. Num piscar de olhos. O «mito» de que algumas pessoas envelhecem bastante da noite para o dia tem fundamento. É verdade que se pode sofrer um trauma no organismo ou um choque emocional tão intenso que os cabelos ficam subitamente brancos, por exemplo.

2- Usar cremes anti-rugas não está comprovado em lado algum que seja eficaz ou faça o efeito pretendido. Mais vale prevenir, está certo. Mas é MENTIRA que tais cremes vão fazer desaparecer ou atenuar os sinais de envelhecimento. Pessoas com a mesma idade podem apresentar sinais diferentes de marcas de envelhecimento ainda que a mais marcada use cremes e a menos marcada não.

3- Sofrer envelhece. 

4- Usar e abusar da expressividade facial NÃO CRIA RUGAS. Não as traz mais depressa. É mentira.  Cada qual é propenso às suas. Pode dar gargalhadas até ficar com os músculos doridos e franzir a testa continuamente por quatro horas. É indiferente. 

5- A exposição ao sol ENVELHECE. É verdade. Pele e sol é bom, mas com muito protector solar.