sábado, 29 de março de 2014

Aos ziguezagues

Eu adoro andar. Mas adoro andar maioritariamente em linha recta, não a contornar obstáculos! Como nos ensinaram a todos em crianças, presumo. 

Porque será que as pessoas andam sempre a ziguezaguiar? Hoje tentei andar a direito num largo corredor. Não consegui. A cada passo que dava aparecia mais um de um lado qualquer a obrigar-me a contorná-lo. Mais dois passos, a mesma coisa. Senti-me uma bola de matraquilhos. "Tudo bem" - pensei eu. "Estou num centro comercial, já se sabe como são os centros comerciais...". Cheios de gente. 


Mas uma vez de fora não existem diferenças. Já vou longe das portas das quais saí e mal consegui dar dois passos seguidos a direito. Ora me desviava do gajo que se atravessou subitamente no caminho e parou mesmo diante de mim para puxar uma passa, ou outra cena qualquer do jeito. A sério: não consegui andar três passos em linha recta! Na rua, num passeio larguíssimo, foi impossível. Será assim tão difícil escolher uma direcção e se manter nela

Está certo, todos nós mudamos de rumo mas o que é feito ao andar direito? Porque caminham as pessoas aos ziguezagues? Aos encontrões, na diagonal, com paragens inoportunas, impróprias e bloqueios em massa? Sim, porque existem sempre um grupo de pessoas conhecidas que caminham um pouco afastadas entre si mas sempre a formar uma barreira impenetrável. E também elas «serpenteiam» pelo caminho, como uma onda que faz com que outros se tenham de desviar da «ondulação».


Já faziam muitos metros do local original quando consegui caminhar a direito. Parece tão simples, tão garantido. Contudo não é nada. Em alguns lugares para se andar, é impossível andar direito. 

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