segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Pérolas a Porcos


Se há uma coisa que de certo modo pode definir a minha vida é que sempre estive anos à frente do meu tempo. E percebendo isso interrogo-me, hoje, como será daqui a várias décadas (infelizmente pressinto que vai levar todo este tempo) quando finalmente este povo perceber que no ambiente de trabalho tem de reinar a educação, comunicação eficiente e cortesia.

Imagino que daqui a muuuuuuuito tempo finalmente se vai constatar e implantar nesta sociedade "evoluída" e comospolita, este princípio de cordialidade, foco e eficiência que, de resto, imagino já existir noutras partes do mundo. E penso também nos meus antepassados, nos que vieram antes. Em todos aqueles que nasceram e viveram "noutros tempos" e que tanta vez escutei dizer: «já não existe respeito» ou «no meu tempo tinha-se respeito» ou «no meu tempo não era como é hoje. Hoje as pessoas não têm educação, não sabem trabalhar e não respeitam os outros».

E estavam certos. Oh, como estavam. Gostaria de ter nascido e vivido, num sentido, no passado. Nesse tempo em que o respeito ainda proliferava nas interacções humanas. E gostava, noutro sentido, de viver no futuro, onde de certa forma sempre pertenci. O mundo evoluí muito lentamente como o ranho de um caracol e eu envelheço nele muito depressa.


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