quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Faleceu a Alba



Simpatizava com esta mulher embora sentisse dificuldade em olhar para o rosto dela. Simpatizava simplesmente por continuar a fazer o que tinha vontade sem dar importância ao que a sociedade ia dizer. Não quis saber da idade para nada e quando quis casar com quem se apaixonou, um homem um pouco mais jovem, casou. Não quis saber de convenções ou da idade, nem quando quis ir à praia de biquini. Julgo que para quem fazia topless na juventude, um simples biquini não parece nada ousado. De facto, não é. A única peculiaridade é ser usado por uma septuagenária. A meu ver só temos todos a agradecer-lhe por essa visão. A beleza da terceira idade. Uma realidade inadiável que a sociedade contemporânea varre para debaixo do tapete e ignora. E faz mal. Por isto simpatizava com esta mulher que faleceu hoje, aos 88 anos (decerto partiu sem grandes arrependimentos). Falo, claro, da duqueza de Alba. 








A imprensa foca-se demasiado na quantidade de vezes que se casou (três), dando-lhe um toque de "leviandade", de mulher predadora. Oportunamente esquecem de apontar a duração desses casamentos. O primeiro durou quase 30 anos, o segundo também. Ambos os esposos faleceram de doenças graves. Não matou nenhum, não se divorciou, aguentou. O tempo que Deus quis. Mas ao invés de ficar a eterna viúva, foi casando. Sendo que o último casamento ocorreu em 2011. Que mal tem isso?

2 comentários:

  1. esta senhora, soube aproveitar a vida...

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  2. Eu sou fã de "Doña Cayetana". Como sabes (e se não sabes, ficas a saber! ah! ah! ah!) eu tenho 'sangre española', eu cresci com as histórias da Família de Alba, e é-me impossível não admirar a Duquesa - uma mulher muito à frente do seu tempo. Se não leste, recomendo-te a leitura dos seus livros de memórias (existe edição em português). ¡Hasta siempre, Tana!

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