terça-feira, 28 de julho de 2015

Ser gay é ser... pedófilo?

Isto até vai parecer uma fixação, dois temas seguidos, mas calhou. Venho falar de casais do mesmo sexo. Mas desta vez, homens. Homens que gostam de homens, sentem-se atraídos por outros homens, querem fazer uma vida íntima com outros homens, partilhar afectos, intimidades, frustrações, etc, com... Homens.

Como já disse antes, por mim, tudo bem. Nunca me fez confusão na cabeça, nem na vista, embora tenha de admitir que o meu contacto com ambientes gays é nulo. Dependendo do que se vê, penso que pode chocar um pouco tanto quanto chocaria com um casal heterossexual. 

Contacto com pessoas gays, certamente que já tive. Não faltam por aí. Mas não é algo que seja tema de conversa.  

Bom, desta vez aconteceu o seguinte: Mais uma vez, o facebook entra em acção. Comecei a perceber que um determinado desconhecido que me foi calhar como amigo (deve ter sido no início, quando o confundi com outra pessoa) estava constantemente a partilhar imagens com dizeres amorosos. Os dizeres não me incomodaram. As imagens sim. Porque eram todas de rapazes com ar de meninos e um estilo... assim... olha, vou colocar aqui uma das imagens. 


Volta e meia, mais um, outro e outro, até que finalmente dois rapazinhos dão um beijo. O beijo também não me incomoda. Mas as imagens sim. A pessoa que as publicou tem uns 60 anos. E eu pergunto: ser gay é ser pedófilo?

Peço já desculpa pela «agressividade» da ideia. Também me chocou e por isso estou a partilhar esta impressão. Recordei depois que numa pesquisa que fiz na internet sobre um tema que não recordo, fui parar a imagens do ator Ian McKellen, dos filmes x-men, em festas com... meninos. A sua homossexualidade ficou de imediato patente, ao lado de um menino de 17 anos, «prostituto» das estrelas. Foi então que percebi que há mundos - principalmente estes «hollywoodescos» que não conheço. Fui parar ao link não sei como... Ah, já sei! Pesquisava pelo nome de um ator pouco conhecido que vi num filme qualquer. Ou pelo nome de um criminoso que vi num documentário. E fui parar a este «puto», que tinha o mesmo nome, e era prostituto homossexual das estrelas. Mas isto das «festas» gays de hollywood deixou-me com mais consciência do que pode ser a realidade. 

Rock Hudson
Lembram-se do Rock Hudson? Sabem quem foi? Um ator com estampa, de grande sucesso na década de 50/60, homem com olhar de menino dócil. Foi protagonista do filme Intriga Internacional, de Hitchcook, entre muitos outros. Mas acabou por se tornar também na primeira grande celebridade a assumir sofrer de SIDA. Não porque quisesse, mas por sucumbir à muita especulação dos media sobre o seu estado de saúde. Foi em 1985, a saúde débil de Hudson e aparência cadavérica levaram a muita especulação, a muita negação mas chegou a um ponto em que teve de assumir. E isso correu os noticiários por todo o mundo. Faleceu pouco depois. 

A sua vida como ator de Hollywood tinha vivido de rumores sobre a homossexualidade. Chegou a casar com uma mulher, logo após ter feito de tudo para impedir que um jornal publicasse uma matéria sobre a sua homossexualidade. Essa verdade só começou a ser conhecida anos depois. Hutson sempre foi gay. E quem vê certos atores dessa década dourada de hollywood em filmes antigos, acho que consegue perceber. Uns se assumiram na altura, secretamente, para amigos ou décadas depois, outros não. Mas todos viveram as suas vidas duplas. Hutson fazia orgias em sua casa - sim, a palavra é esta - orgias com «meninos» "Young men" - ainda recordo a voz do documentário do Biography Channel dizendo isto. E com tanto sexo, tantos corpos, tanta coisa sem cuidados, só em busca do prazer, a Sida só tinha era o caminho facilitado. Fosse o homossexual monogâmico ou não. Porque o parceiro quase nunca o era e, pelo que percebi, raros são os homossexuais que são monogamos. 



Junho de 2015
Bom, Rock Hudson é um exemplo de décadas atrás, enquanto a «chocante» descoberta do ator dos filmes do X-Men é deste ano mesmo. E no entanto... tudo a mesma fantochada.

Isso de meninos... Eu entendo o amor. Entre duas pessoas. Por vezes, essas pessoas têm idades diferentes. Decerto que, no exemplo que calhei dar no post anterior, a diferença de idade é algo que salta mais à vista que outra coisa. Mas uma pessoa se acostuma quando percebe, ou acha que percebe, o sentimento. E o Carlos Castro? Veio agora à memória... Homossexual. Assumido ou não, não sei. Mas era. E tinha aquele hábito de se fazer amigo de menininhos... cá está. Este deu-se muito mal. Mas pelo que entendi do que contaram amigos dele, ele já intuía, já «contava» que um dia a coisa ia correr-lhe muito mal. Mas não conseguia deixar de ter as suas preferências. E quando digo isto, não estou a referir-me à homossexualidade, que é natural. Mas será que também é natural esta eterna atração por rapazinhos que ainda ontem brincavam com carrinhos? Se gosta de homens, não podia se interessar por estes? Por alguém da mesma idade ou um pouco mais novo, que fosse? Tinha de ser rapazinhos que ainda não estão bem formados mentalmente?

E por isso pergunto - porque não sei, porque é um universo que desconheço, é assim tão habitual homens de 60/80 anos, feitos, maturos, sentirem atracção por imberbes rapazes que mal têm um pêlo púbico? Porque se é... então tudo isto entra noutro patamar. Ou é impressão minha?

domingo, 26 de julho de 2015

I have to understand this... gay adoption



Não tenho problemas com isto: adopção de crianças por parte de casais do mesmo sexo. Nada. Absolutamente, de todo, zero, nicles, concordo, acho lindo, ainda bem que estes o estão a fazer, ainda mais com o aparente amor que têm para dar.


Mas não entendo, e gostava muito de entender, é como isto é possível. Então a adoção de crianças por um casal do mesmo sexo é ou não uma situação que ainda falta aprovar no parlamento? É, não é? Como se explica esta excepção entre os «famosos»? Como este caso e o do Diogo Infante?

Como é que se faz? Como se «contorna» as leis?
Gostava muito de saber. É que, tal como estes, muitas outras pessoas, até mesmo heterossexuais gostariam de adoptar crianças, com a rapidez e aparente facilidade com que estes «surgem» publicitadas nos media. Ainda que falte à maioria a força financeira destes, quero crer que não é ISSO que faz a diferença.


Ou será que faz?
Será que, neste aspecto, ainda vivo na Disneylândia?
Quem me explica?

E tem outro aspecto: o baptismo. Então... a igreja baptiza crianças? Claro que sim, dah. Mas e o que vai constar na certidão de baptismo é o nome dos pais biológicos ou dos adoptivos? E se são eles que os vão baptizar e estar lado a lado durante o processo, que padre é que não segue a doutrina adoptada pela Santa Sé de ter o casal, homem e mulher, a seguir os procedimentos? Ou é um baptismo não católico, de outra religião qualquer onde esta parte é diferente?

Só sei que esta imprensa que temos não explica nada. Só sabe dizer o que está aí para todos verem. A informação que realmente interessa, essa não aparece. Só se importam com o cor-de-rosa. 

Sete e meia da manhã...


Abro totalmente a janela, para que o ar fresco deste dia de domingo invada o quanto antes a casa. Um pássaro passa rapidamente a voar e a piar. Oiço somente um barulho, ligeiro, ritmado... perto. É o som do vento a passar nas folhas da grande árvore do outro lado da avenida.

Que privilegiada me sinto! É raro viver no meio de uma movimentada cidade e apanhar um instante como este.

Apuro os meus sentidos. Adoro sentir o silêncio. O som da vida e mais nada. Sei que é uma quietude rara e que em instantes será rapidamente interrompida pelo rugir dos barulhos da cidade: automóveis. E me espanto. Como pode estar tão silencioso? Nem um som mecânico ao longe, vindo da rotunda, do túnel, trazidos pelo vento... nada. 

Quinze minutos se passam e enquanto escrevo este relato, os sons que chegam pela janela são mais agressivos e distintos: são os de automóveis. Um instinto levou-me a levantar e espreitar. Já existiam carros estacionados à beira da estrada e cheguei à janela mesmo a tempo de ver o primeiro condutor que gosta de estacionar no passeio. Lá ficou o automóvel, na calçada. Em breve, toda ela vai estar repleta. Mas mais para o final da tarde, talvez, quem sabe, todos se vão embora e os pássaros e o vento voltem a ser os sons que predominantemente se escutam lá fora. 

A cidade a um Domingo, é o paraíso!
A um domingo de um mês de férias, costumava ser quase um deserto.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Que género de filmes tu gostas?


Uma pessoa contou-me que adora ler e ver filmes de romance (Nora Roberts), mas não suporta os de terror ou ficção científica. 

Faz-me alguma confusão quando alguém me diz isto.Se for perguntar especificamente se gostaram ou não de um ou outro filme de ficção (Como o «Gravidade», com Sandra Bulock), acabam por responder «esse gostei». Acho que o que lhes falta é ter uma boa noção do que define o género e deixar de lado os preconceitos. Sempre gostei de qualquer género de narrativa mas se tiver de eleger os preferidos, esses são mistério e horror assim como ficção científica/fantástico. Para último ficam os romances e os musicais, abrindo excepção a muitos que considero irem para além do básico e serem obras muito completas e abrangentes.

Mas como se pode dizer que não se gosta de um género que está presente em quase tudo o que é obra cinematográfica popularmente aclamada? A ficção científica não é um género linear e básico, que se limita a mostrar etezinhos e vida noutros planetas. Este é o género cinematográfico onde mais se pode dar liberdade à criatividade! Acho-o maravilhoso, capaz de transmitir mensagens intemporais. São filmes que muitas vezes nos deixam a reflectir. Ficamos a pensar neles depois de terminarem. Há quem tenha conseguido criar autênticas obras primas nesse género. 

Digam-me lá: não gostaram do Exterminador Implacável? Do ET? Do Encontros Imediatos em 3º Grau?
Gostam de ficção científica ou terror?
Que filmes colocariam no vosso top?

Nas últimas semanas vi estes:

* Ex-Machina (fraco mas razoável)
* Time-Lapse (gostei, dentro do género e do que já foi feito tem uma história refrescante)
* Chappie (Gostei mais do que esperava, mas no final identifiquei o estilo narrativo com outro filme do mesmo realizador/ator e prefiro o Distric 9, que adoro)
* Snowpiercer (gostei, tem uma história interessante, mas o final decepcionou)
* In Time (gostei, acho que o tempo como moeda é fantástico. A história em si peca por mostrar ter pais, avós e netos todos com a mesma idade, o que indubitavelmente levaria, a meu ver, que uns se sentissem atraídos pelos outros, aparecesse o ciúme e a competição e não existissem esses laços de afinidade familiar com barreiras como os conhecemos atualmente. Outros filmes do género preferem recorrer à reprodução artificial, eliminando as figuras paternas, o que faz sentido. É algo básico no desfecho)
* What we do in the shadows - Recomendadíssimo. Adorei. Foi uma lufada refrescante para um tema «batido». Ainda bem que lhe dei uma oportunidade, foi bom!

Agora, com licença, que vou ali ver um filme sobre o paranormal/sobrenatural, outra vertente bastante interessante!

terça-feira, 14 de julho de 2015

Quem és quando ninguém está a olhar?

Bom, confesso que levo o dedo ao nariz quando ninguém está a olhar, rsssssss! Mas o resultado geral é este. Mais uma vez, huau!



Quanto ao "livro da minha vida" - seria com muitas páginas em branco, se calhar filosofias e capítulos de tragédia que não interessam a ninguém. Sinto que quase tudo ainda está por «escrever».

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Mais um teste da internet - fod....se!


«Fodásse!» 

Foi isto que internamente exclamei depois de ler o resultado de mais um teste daqueles que aparecem no mural do facebook. (o outro post aqui)

"Que tipo de animal é quando você está zangado?". Antes de carregar no link pensei na questão colocada: «Nunca me zango realmente. É mesmo preciso muito para me zangar, e mesmo quando me zango, em segundos passa. Quero só ver que resultado é que eles vão dar. Não devem acertar. Se disserem qualquer coisa fora disto não é muito verdade». 

E o resultado foi este:


Compreendem agora o motivo da exclamação palavrosa?
Quais as probabilidades? Encaixou na perfeição. Principalmente na última parte.

Assim começo a assustar-me. Como é possível? 


É raro enfurecer-me, é verdade. Mas no fundo, lá no fundo, 10% de mim é tubarão... Tal como um vulcão adormecido, existe a capacidade de explodir e arrasar com tudo. Simplesmente existe uma paz e uma decisão consciente da desnecessariedade* de tudo isso :)

*palavra inventada (porque me apetece e fica bem)



AGUARDO CONHECER OS VOSSOS RESULTADOS! ;)

A praga das celebridades


Lembram-se dos concursos televisivos como o 1,2,3? A filha da Cornélia? A Roda da Sorte? Ou do Arco-Íris, só para crianças?

Lembram-se dos Jogos sem Fronteiras?


Eram todos programas televisivos de sorte, que permitiam ao zé povinho ganhar algum prémio e ter uns momentos de diversão. E quem ficava em casa também se divertia com as peripécias do vizinho, do cunhado ou do perfeito desconhecido que era lá da "terrinha".





Agora o que temos nós na televisão?
Já la vou. Antes vou falar de um artigo que me veio parar às mãos, intitulado: "Escrever num blog dá dinheiro". Viro a página e encontro os exemplos que os jornalistas da revista escolheram: Cristina Ferreira, Leonor Poeiras, Kátia Aveiro, Jéssica Athaide, Pedro Teixeira, Vanessa Martins...e deixei de ler.

Por acaso são estes exemplos de pessoas que ganharam projecção com o blogue? Claro que não! São pessoas famosas que já têm seguidores que perceberam que no universo bloguista estava um nicho de mercado imperdível. Foram apenas e somente oportunistas. Reconheceram o potencial do meio que vive na internet  não só pelo lado da facturação através da publicidade paga, mas também pelo da divulgação da sua imagem, que a muitos serve para se manter «vivo» no mundo das celebridades - ao invés de esquecido. Optimo para a vaidade e excelente como marketing pessoal!

Regressemos à televisão e aos concursos televisivos. O que temos hoje? 

Hoje dividem-se em DOIS. Os que são feitos para dar ainda mais protagonismo e ofertas de rendimento extra aos já famosos (que praga de gafanhotos!) e os que são destinados às pessoas comuns, como foram antes os concursos acima mencionados.

Mas ao analisar as CONDIÇÕES de cada um, percebe-se que, se uma pessoa comum desejar participar num programa de talentos ou um concurso de sorte, já não lhe basta enviar um cupão e aguardar ser selecionado.

Comecemos por este exemplo: o talent show musical. Seja para cantar ou para dançar, o que não faltam são programas feitos para as já celebridades brilharem ainda mais. É uma lavagem ao ego de atores, cantores, apresentadores, aspirantes a mais-alguma-coisa debaixo dos holofotes, futebolistas em fim de carreira, sei lá... Tudo o que já provou dessas luzes potentes, dada a oportunidade parece atraído por elas como traças para a luz elétrica. Só que depois não se fulminam e morrem. Continuam a aparecer e a procriar...

Mas existem programas como os Ídolos e Factor X que são destinados a «gente comum». Mas que gente comum é essa e como é escolhida? A verdade é que, se não existir uma história de coitadinho por detrás, ninguém tem chance de entrar. Hoje, o verdadeiro ingresso não é mais o sorteio mas sim a desgraça pessoal. O que antes se deixava em casa, que era do foro íntimo, hoje é «bilhete de ingresso» com direito a divulgação nas páginas de revistas cor-de-rosa como antigamente o povoavam as páginas do jornal "Crime" os rostos de desconhecidos. Ou é isto, ou tem de se aceitar ser ridicularizado. Queres participar? Não és filho ou afilhado de um famoso? És uma pessoa comum? 

Então é bom que não prestes para poderes ser vaiado e verbalmente agredido ou então o teu pai tem de ser um ex-presidiário viciado em drogas, ou a tua mãe uma sobrevivente de cancro com problemas financeiros, ou o raio que te parta! Já se aperceberam disto? 

Alguma vez notaram um concorrente que tenha uma história de vida normal, banal? Não. Porque esses ficam de fora.


Então o que se concluí? Para o «zé povinho» continuar a ter direito de participar em programas televisivos, tem de se humilhar, rebaixar ou se  expôr, tirando proveito de ser miserável, ou pertencer a uma minoria descriminada, etc. 

O resto dos programas de talentos são todos engolidos pelas celebridades. E estas, se receberem um niquinho de nada das críticas que a pessoa comum recebe em programas similares, sentem-se insurgidos e dizem que "não há direito". Foi a televisão que ENSINOU o público a ser cínico, sarcástico e a gostar de falar mal e mandar abaixo.

Mas existem programas da sorte - dizem vocês. Como por exemplo o famoso Preço Certo. Querem programa mais do «povo» do que esse? E ganham prémios, são pessoas simples e não têm de se humilhar nem partilhar as suas histórias trágicas para participar. Errado. Aparenta existir um neste oásis de erros e humilhações, mas não é tanto assim. Para participar, estas pessoas comuns meteram na cabeça que não estão ali para GANHAR algo... sem ter de OFERECER algo de volta! 

E então vemos aquele desfile de oferendas: garrafas de vinho para o apresentador, um pernil, bonés, t-shirts, bandeiretas, pratos, livros, estatuetas, doces, etc, etc, etc... 

Mas eu compreendo estas pessoas - gostam de mostrar o que têm de melhor lá na terrinha. É a antiga hospitalidade de quem é «convidado» à casa de alguém e leva uma lembrança. Claro que, há quem aproveite - nomeadamente os políticos locais. Que fazem sempre por meter no programa de televisão um bocado de brasa para a sua sardinha. Os próprios concorrentes, quando na entrevista inicial, por vezes também puxam um pouco «a brasa» às suas histórias de coitadinhos... Porque sofreram uma cirurgia e foram declarados impróprios para trabalhar, ou sei lá o quê... Procuram se desculpar com a saúde, por sentirem algum embaraço por nada fazerem. Na sua maioria, são pessoas de uma geração em que isso não era bem visto. Outros estão sempre a justificar o facto de estarem reformados com a frase: "Já trabalhei muito". 

Mas ao menos existe mais autenticidade nas pessoas maduras do que nos jovens imberbes que foram ensinados pelos media que a postura que devem ter na vida para conquistar algo é, primeiro que tudo, ter uma história de coitadinho para se destacar. 

Por vezes penso que história de «coitadinha» tenho eu que possa me servir de alavanca para, através da simpatia, tirar benefícios. É que não tenho uma vida cheia de alegrias para contar, pelo contrário. Mas seria incapaz - não me vejo mesmo, a aproveitar seja o que for desta história pessoal que é a intimidade de cada um de nós para tirar proveito para a fama e dinheiro. 


quarta-feira, 8 de julho de 2015

A auto-proclamada identidade das pessoas no Facebook continua a surpreender-me



Um indivíduo que toda a vida foi conhecido por ser mulherengo, que durante o casamento sempre teve outras mulheres de lado e praticou a infidelidade com todas, publicou no seu mural esta mensagem:

Será que, finalmente, o Karma alcançou-o? Ou trata-se somente de falta de noção?
É que é o último a poder passar lições de moral ou a se queixar.


Mais abaixo no mural, outro indivíduo decide fazer um comentário em mais uma dessas imagens com «dizeres». E escreve o seguinte:
"É o que os pais deviam dizer!"

Conhecido por nunca ter recusado nada à filha, tendo lhe proporcionado tudo o que esta desejava e em muitos aspectos exagerado no conforto material proporcionado, fez a partilha e o comentário referindo-se a esta imagem:


Algumas pessoas são rápidas a condenar quem tem perfis falsos. Como o perfil é falso, logo se deduz, que tudo o que lá é posto é falso também. Mas a maiores mentiras que encontro aparecem nas contas de perfis verdadeiros.

domingo, 5 de julho de 2015

Bill Cosby show - atrás das cortinas


Conhecem Bill Cosby?

É um ator cómico negro que teve durante vários anos uma série na TV americana - The Cosby Show, muito popular na década de 80 e inícios de 90. 


Vi essa série num canal estrangeiro. Mesmo não apreciando muito o tipo de humor a "Jerry Lewis", que considero centrado em si mesmo a roçar o psicótico. Acabei por ver todos os episódios do The Cosby Show por gostar de comédia, combatendo o impulso de mudar de canal por me sentir incomodada com o protagonista. O show em si podia ser divertido, isto quando os roteiristas não faziam a história demasiado centrada nas palermices daquele pai de família, na sua «gaguês» cómica e na atuação cheia de clichés. Mas existiu sempre algo que me incomodava: achava que na vida real ele não devia ser boa pessoa. 

Se procurarem entrevistas com o homem, verão que parece uma paz de alma. Uma pessoa inteligente e interessada. Ator que é também autor, realizador, cantor, músico, produtor, e ativista. Uau! Que enorme currículo. Então porque é que não ia com a cara dele?


Estranho, não é? Chegava a ter de resistir ao impulso de mudar de canal e obrigava-me a focar na história e não naquela impressão. Claro, nunca mais pensei nisso. Esqueci. A série, se não me falha a memória, nunca passou nos canais nacionais - nem mesmo com a chegada da TV por cabo. Por isso esqueci tudo. 

Até agora. Quando fiquei a saber que o ator é acusado de ter sexualmente abusado de 22 mulheres, na sua maioria, enquanto o seu show estava no ar. Aliciava raparigas aspirantes a atrizes ou a iniciar carreira de modelo a ir ter uma conversa com ele sobre um papel... e elas bebiam algo e depois «apagavam». Quando voltavam a si, não se lembravam de nada. Umas se sentiam esquisitas, outras estranhavam alguns hematomas. 


Não sei porquê, não preciso de me esforçar para acreditar nestas até agora 26 mulheres que afirmam ter sido drogadas e sexualmente abusadas pelo ator. Acreditar foi algo quase imediato. E costumo dar o benefício da dúvida a tudo e todos. 


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Estragaste-te


Esta história já tem algum tempo. Achei muito graça a ela e tive a ideia de a partilhar aqui. Já não recordo se o fiz ou se acabei por não o fazer.

Numa ocasião em que fazia de «babysitter» a duas crianças de 7 e 11 anos, elas decidiram folhear um álbum fotográfico com imagens familiares: avós, tios, desconhecidos, etc. Subitamente ficam muito espantadas ao me reconhecerem numa das imagens. E dizem:
-"És linda!"

No instante a seguir:
-"Estragaste-te".


Não sou de andar com fotografias minhas nem de ninguém. Mas noutro dia andei a brincar com o telemóvel novo, um smartphone (que nunca tive antes), e ao fazer experiências fui buscar uma foto em que apareço ao lado de um gato de estimação. Calhou uma colega ver a imagem, quando varria o dedo no touchscreen à procura de uma informação. E mesmo só de relance, ela ficou surpreendida. Perguntou-me de imediato que idade é que tinha na altura, há quanto tempo tinha tirado a foto, dizendo que só podia ter sido há muito, porque era «muito nova». 

Tentei relativizar a situação, acrescentando um dado extra que ela devia levar em consideração (para além do tempo): 20 kg a menos fazem diferença no aspecto de uma pessoa! :D



Procurei não dar importância ao fato dela ter «descoberto» que não era tão jovem quanto se calhar imaginava. Decidi que a idade é um empecilho para a vida e, como tal, e por nunca lhe ter dado importância, vai passar a ser um dado conhecido só por mim (e por todas as entidades em que andamos, dasss) e que, para os outros, não é relevante. A sério, acredito mesmo nisto que estou a dizer. Acho que conhecer a idade de outra pessoa leva quase automaticamente a uma catalogação. A uma inclusão ou exclusão. Prefiro que me conheçam a mim, e não há pessoa com uma idade. Também acredito que a idade está na cara das pessoas, ninguém nos tira isso. Mas dão-lhe demasiada importância, de tal forma que chega a ser uma arma social usada para ferir e diminuir. Uma forma de dizer às pessoas que prestam ou não prestam para algo. Terrorismo social, é o que é. Bem faziam os nossos bisavós que se esqueciam dos anos de vida que tinham nesta terra, porque o importante era vivê-la. não contá-la. O importante era celebrá-la e não sentir-se velho e derrotado a cada nova data de aniversário. 

Espírito livre e dada a poucos preconceitos, não vou alimentar este. E percebi isso quando descriminei uma pessoa por ser «jovem demais». Mesmo tendo uma mente aberta, quando tocou a mim, não agi como apregoei (existiram outros factores mais decisivos, mas ainda assim) e declinei uma relação devido à diferença de idades. Só depois percebi que tinha agido preconceituosamente.

Se tens boas ideias, guarda-as para ti

Ela fez capa de revista.
A mesma revista que lhe contei ler para me informar.
Passaram mais de 10 anos desde que ela usou uma ideia minha e fez um estrondoso sucesso com ela.
Não esqueci.