sexta-feira, 30 de junho de 2017

Até deu vontade de chorar!


Quando naveguei pelos meus emails à procura da data exata em que frequentei um curso, surgiram dezenas de resultados de... candidaturas a emprego. Está ali tudo: desde 2011 a 2015. Inúmeras tentativas nas mais diversas áreas - algumas onde sei que teria me saído muito bem, tivessem me dado a oportunidade.

E este simples contacto com esse desespero esperançoso quase me fez chorar. É TRISTE ver o quanto se tentou, o quanto se lutou, o quanto... para NADA.

E por isso não me incomoda a ideia de ficar a viver neste país.
Enquanto houver emprego fácil de arranjar, sou feliz.

Não quero nem me sinto capaz de me sujeitar e de sobreviver novamente às amarguras da busca por emprego sem resultados... Por semanas, meses, anos... Só de pensar... Nem quero pensar!

Ele foi candidaturas para isto, para aquilo, para dentro da área, para o lado da área, para o oposto da área... N A D A.


É por esta razão que sinto-me bem em continuar por aqui, a fazer o que tiver que fazer, a ganhar as minhas 9 libras à hora... (ehehe, não soa mal, pois não?  Dentro dos empregos do género é bem pago, mas no final do mês e depois dos enormes impostos, ganha-se um pouco menos que o salário de uma pessoa de qualificações médias em Portugal). 

Em Portugal dificilmente tenho futuro. O que me aguarda aí caso desista disto aqui é simplesmente esse passado. Essa angústia e depressão que ainda é o presente de muitos que tentam se empregar em Portugal. Principalmente para os que já passaram dos 30.


quinta-feira, 29 de junho de 2017

Um vlogue para seguir?

Foi por acaso que, surfando pelo youtube fui parar ao vlog destes dois britânicos, actualmente a viver em Mortágua, Portugal. Pais de uma menina, antes da mudança para terras lusas viveram quatro anos na Tailândia. Têm um vlogue e canais por tudo o que é free media, são vegetarianos, donos de uma cadela que adoram e postam vídeos diários (ou quase) no youtube, mostrando o dia-a-dia.


Para quem tiver curiosidade - não só pela história mas também pelo formato em si. Deixo aqui o início (ainda não estão a viver em Portugal) e um outro, já neste país. A bebé deles nasceu e está a crescer em Portugal, o seu crescimento está a ser assistido pelos médicos e é todo um processo de ajustamento e de vida que, por vezes, dá curiosidade em ver. 



Por mim, adoraria ser turista em Portugal. Já o disse antes e agora repito-o: para conhecer os melhores cantinhos da minha cidade, tem de ser como turista!

No fundo, somos todos turistas...

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Coisa mai ternurenta!


Ontem, no trabalho, vi uma coisa que me inundou a alma de ternura.
Faz algum tempo que não sinto este tipo de «ternurice» por coisas assim...

Mas afinal, o que vi?? - questionam.


Vi BALÕES.


Balões?? - surpreendem-se vocês. 

Mas o que pode ter de especial um balão para despertar um sentimento ternurento? 


Bom, eram balões dentro de um balão - para ser mais exata. Daqueles que só um olhar já comunica a GRANDE MENSAGEM.


E por isso senti aquela emoção de ternura, quando vi aqueles dois balões perfeitamente redondos e transparentes, contendo no interior outros três bem menores, igualmente redondos, cor de rosa pálido... Por fora, no transparente, gravado em letra corrosiva cor-de-rosa, surgia num balão o nome "Agnes" e no outro "Zoe". 


Eram balões baby-shower. Gémeas, meninas. 
Achei ternurento. E foram os balões mais bonitos que alguma vez vi.




Junto por Todos - concerto solidário angariou 115300000


Bem, acabei por não assistir adequadamente à prestação de Salvador Sobral no concerto solidário de ajuda às vítimas e região de Pedrogão Grande. Isto porque, quando Pedro Abrunhosa ia para dizer algo "muito importante" na TSF, a emissão começa a ter problemas e fica... muda. E muda está até agora, que o concerto já terminou mas a emissão de rádio continua.


Lamento imenso que tenha ficado muda... Porque queria escutar as opiniões dos radialistas após esta afirmação de Salvador Sobral durante o concerto: «Eu sinto que posso fazer qualquer coisa que vocês aplaudem. Vou mandar um peido e ver o que acontece».


É que consegui sintonizar a RTP e a TVI uns instantes antes dele dizer isto. Vi o final da prestação. Primeiro quero dizer que esperava e preferia que ele tivesse levado para este concerto outra música que não a do festival da Canção. Entendo mas esperava algo mais «do coração» dele, algo mais emotivo e mais singular. Depois, acho que lhe faltou um tadinho da emotividade que ele já demonstrou saber sentir. E quando ia lá, subitamente descia novamente «à terra». 

Por fim, tenho de «responder» ao Salvador que ele está muito enganado. Nenhum «herói» ou santo atinge o topo e fica lá para sempre. Ele que «apronte» muitas para ver se não cai... De herói Nacional a pessoa detestada pode ser um caminho feito num ápice.


Entendo-o. Entendo que perturbe e incomode tanta celebridade e tanta adolação. Eu também sou um pouco assim. E até aprecio a forma como ele diz o que pensa. Mas tem de se ter um pouco de mais controlo e sentido de oportunidade. Dizer isto num concerto de solidariedade não é o melhor local, digamos assim. 



E se não me enganei, o concerto angariou 1153 mais CINCO zeros!!
Aqui volto a relembrar as palavras de Carlos do Carmo: o importante está em saber como e para onde vai o dinheiro angariado. Que os portugueses são solidários - acho que este tragédia define bem a questão. E de que maneira!!

Se pedissem dinheiro para acabar a crise da mesma forma, acho que Portugal saia do buraco sem que fossem necessários aqueles terríveis anos de governo de Passos Coelho, com tantos cortes e tantos impostos.


1h03m: Sintonizo a Rádio Comercial. Gosto do que oiço. Falam da cooperação entre as rádios, do grande momento que foi este concerto e do quanto gostaram de se juntar, gostaram desta cooperação entre rádios e que foi uma experiência que querem repetir. Frisam novamente que a rádio é o meio mais democrático que existe. Todas as rádios juntas por todos. Dezenas de técnicos e produtores... Adoro isto. Adoro esta solidariedade, esta união. 

É aqui na rádio Comercial, às 1h03m, que fico a saber que este concerto Vai dar disco - diz o locutor, apontado como fonte Maria Liz.

E imediatamente pensei: «Se vai dar disco, aposto que "vou dar um peido a ver o que acontece» será excluído» Kkkk.


1.153.000.00´

Um milhão e 53 mil euros, é o valor angariado no concerto desta noite - esclarece a Rádio Comercial. 

terça-feira, 27 de junho de 2017

EM direto, do Meo Arena - concerto solitário


Curiosa e com vontade de ver o concerto solitário realizado para angariar fundos para ajudar a região de Pedrógão, que há uma semana sofreu um forte incêndio que ceifou de forma dantesca 64 vidas humanas, procurei a transmissão do mesmo online.

em direto: «Luis Represas e João Gil»

Alegremente surpreendida com a quantidade de links online com transmissão em direto: TSF, RTP, SIC, TVI.

TSF: direto em formato rádio: entrevistados e muitos depoimentos. Mais uma vez, gostei de ouvir Carlos do Carmo - o entrevistado no momento em que sintonizei a TSF. 


em direto: «Jorge Palma e Sérgio Godinho» (Portugal, Portugal)

Ele não diz aquelas «balelas», aquelas ideias-chavões. Ele pensa e emite opiniões. Reflectidas e não gratuitas e que «ficam bem». O que não gostei: eu sei que tem de ser assim - ossos do ofício - mas não gostei da forma como tentaram lhe cortar o discurso. Lá conseguiram o interromper numa pausa da sua respiração e subitamente alguém lhe pergunta algo assim:
-"Então acha que se deve fazer, agir, e mudar alguma coisa?"

O que é que a maioria das pessoas responderia?
O standart. O que estamos habituados a ouvir e o que esperam que digamos:
-"Sim, tem de se fazer alguma coisa, alguma coisa tem de mudar"....


em direto: «Jorge Palma e Sérgio Godinho» (Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida)

O que é que Carlos do Carmo respondeu? Nada disso!
Ele assumiu-se como uma pessoa não qualificada para oferecer assim de forma imediata soluções. E disse algo muito importante: qualquer solução não vai ser encontrada de um dia para o outro. Leva tempo. 

Cortaram-lhe o «pio» de vez e a emissão da TSF continuou...

Mas GOSTEI do formato rádio, gosto do contributo dos artistas. Apenas os que estavam a fazer a ligação entre tudo aquilo usaram subterfúgios demasiado simplórios.

em direto: na TSF, vão tentar entrevistar Ricardo Araújo Pereira 
na TVI - Pedro Teixeira, emocionado, a transmitir COMO se deve transmitir - e ele não é jornalista nem entrevistador de TV, é ator em primeiro lugar. Está em direto de Pedrógão e está, no meu entender, a fazer a coisa como esta deve ser feita.

Depois tentei a SIC - não transmitiu nada. Fui para a RTP - funciona. Mas a qualidade de imagem é deficiente. Sintonizei a TVI - qualidade superior, mas transmite sem gelar a imagem apenas durante uns 30 segundos. Depois exige um refresh da página e «leva-se» com anúncios automáticos que duram outros 30 segundos. Totalmente impossível de digerir.

Ainda assim, deu para entender a transmissão de cada canal (excepção SIC). Não sei se é da distância... mas senti pouco prazer no modo superficial de «enche chouriços» e, por vezes, até inadequado (aquela tipa da TVI que parece uma miúda e é do Norte cujo nome não recordo e que fazia alguns diretos da Casa dos Segredos - Isabel qualquer-coisa - essa aí entrou em direto e teve uma prestação horrível! Perguntas de treta ao exponente máximo, comportamento condescendente com todos, demasiada ALEGRIA num momento que não deixa de ter algum toque de luto, com respeito e tristeza, e, no final do seu direto, a parvalhona (desculpem-me mas é) pediu PALMAS!! Aos pulinhos e de forma toda entusiasta. Palmas... às quase crianças que estavam à sua volta. Palmas num momento algo solene... que ela transmitiu como se estivesse numa festa de verão. Tão errado!!

em direto: Matias Damásio  -Loucos

Não conheço este artista mas quando a parvalhona da «Isabelinha» estava a entrevistar as miúdas com um entusiasmo de quem está a transmitir em direto da praia, este foi o nome mais mencionado pelos entrevistados como o artista mais esperado. Estou surpresa... não tem uma voz muito afinada. Deve ser um daqueles artistas que faz uma gravação de estúdio com tudo atinadinho e as rádios metem o batuque e «explode» um sucesso. Até porque é um artista com ar africano, um certo sotaque e a africanez (como é o termo musical para músicas africanas? Agora não recordo mas... caramba! Não recordo.) é desde há muitos anos um grande hit por tudo o que é discoteca, bar, etc... E se só metem batuques africanos (assim como fast-music americana) então os sucessos são sempre dentro dessas categorias.

Na RTP surge a Catarina Furtado a conduzir a emissão. Só enche-chouriços. Fiquei um pouco escandalizada com o alinhamento superficial e vazio. Não só da RTP mas como da TVI e vou presumir que a SIC não fugiu dessa linha. Tirando poucos profissionais que sabem, organicamente, como agir em cada situação, existem outros que têm sempre a mesma linha, sem sobriedade. Tentam passar esse respeito por palavras, mas é um tanto oco. Ainda que o sintam, o formato é sempre aquele que a SIC introduziu com programas como o "Muita-Louco". Ou o Big-Show-SIC - que é ideal para definir a forma de comunicar daquela Isabelinha da TVI.

em direto: Fim do espetáculo do pouco dotado em cordas vocais Matias Damásio. Surge uma voz a GRITAR "Matias Damásio" - em excesso de euforia. A sua voz surge logo depois do locutor da TSF, que diz "Matias Damásio" num tom de voz normal. Graças a Deus!

Mas que exagero, que euforia desnecessária - a destas apresentadoras/res das nossas estações de televisão/rádio. Não que eu diga que alegria tem de ser excluída. Não é isso. Mas a falta de sobriedade... O excesso de «alegria», de euforia. Tão errado como modelo de comunicação televisiva. Já cansou. Tudo virou "Big Show SIc".

Conclusão sobre as emissões:
Ganha quem acompanha a rádio. Neste caso em particular, acompanhei a TSF.
Televisões: É para excluir tudo, excepto as partes em que deixam os artistas atuar. 

PS: Exemplo de um fraco momento televisivo entre repórter e entrevistados. Já não recordo quem (talvez TVI) mas alguém perguntou a um bando de crianças se sabia porquê estavam a fazer o concerto. Além destas não conseguirem se explicar bem, uma delas afirma que é para ajudar as pessoas que morreram no incêndio.

em direto: «Anda comigo ver os aviões»

Ora, as que faleceram, infelizmente, já não precisam de ajuda. O repórter não corrigiu a criança - perdendo assim uma oportunidade para transmitir corretamente a informação ao mesmo tempo que ajuda um grupo de crianças a compreender adequadamente a quem se destina o apoio solidário. E isso, é uma grande falha para um repórter-jornalista. Não lhe ficava nada mal, com tacto, emendar e corrigir. Mas se calhar, ele nem percebeu!

Até agora e desde que comecei a ver este concerto, quem mais gostei de ver em cima do palco foi o Palma e o Sérgio Godinho. Que além de emotividade, escolheram temas que achei ajustados ao momento. 

Aguardo o Salvador Sobral - apenas porque o tenho como um intérprete, alguém que canta com emoção. E é só isso que espero e mais aprecio em musicos e cantores. Que cantem com sentimento. E se existe causa que pede sentimento, esta é uma destas.



23h56: Democratico e que não banaliza - diz António, na TSF, fala sobre a sua emissão de rádio. Concordo. 



segunda-feira, 26 de junho de 2017

Ódio às Mulheres



Sinto tristeza quando abordo este tema. 
Nem tenho agora capacidade para o expressar como queria.



Mas a verdade é que julgamos que já se evoluiu muito na sociedade de forma a que as disparidades de direitos entre homens e mulheres se tenham dissipado quando, na realidade, somos todos os dias BOMBARDEADOS com filmes, palavras e acções tidas como «normais», que não passam de uma forma de continuar a propagar as agressões ao género feminino.


Esta reflexão surgiu-me quando um indivíduo que mal conheço lá no trabalho, fez uma «gracinha» ao me ver a segurar o pau da vassoura, e disse que o que eu ia gostar era de «o enfiar sabe ele bem onde». E um outro riu.

Este tipo de afirmações - tão comuns e que são "aceites" sem reprimenda, não passam de uma forma de objectivar a mulher e a reduzir a um pedaço de carne ao serviço de sexo. Em alguns sentidos, hoje a mulher é mais tratada como «puta» do que no passado.

No passado ao menos existia uma «linha que separa...»

Era o comportamento. Da mulher solteira, da mulher casada...

Agora, não há nada. Cada um assume que uma mulher é um ser sexual (e é), não é a «cândida dona de casa» (que também é), e todos presumem que qualquer mulher na rua adoraria abrir as pernas para um qualquer homem entrar. Ensinaram-me que a palavra que define esse género de mulher é puta.
Então, somos todas putas?

Não.
Mas somos tratadas como se fossemos. 


Cresce o número de homens a queixarem-se das mulheres só porque sim. Ir ao youtube ver um vídeo com uma história - qualquer história - em que exista uma interveniente do sexo feminino comprova-o. É CHOCANTE ver o tipo de comentários ali deixados. A começar pela forma como os comentadores se referem à mulher: "a gaja", a "puta", etc etc e daí para muitos exemplos similares.  A pessoa até tem NOME. Mas como é do género feminino, vira cadela, porca, tipa... tudo, menos mulher ou mulher com nome.

Com isto perdeu-se o respeito. E aquele conceito de mulher/esposa cândida, fada-do-lar até faz falta. Faz falta a alguns membros do género masculino a noção de respeito à figura da MÃE. E mãe é MULHER. 


O respeito por uma mulher anda a perder-se... 
Todas são olhadas com olhares lascívos e quando envelhecem, ao invés de respeito, são apenas «put.. velhas...». Reduzem toda a argumentação de origem feminina a FEMINAZI - uma palavra inventada pelo género masculino, já com muitas outras variações, que visa sempre o mesmo: reduzir e humilhar a mulher, desvalorizando qualquer coisa que esta queira expressar. As mulheres são sempre as responsáveis por todos os males. Mesmo quando são vítimas de sérias e violentas agressões. «Estavam a pedi-las....» - ainda escrevem muitos. 


Não sei onde isto vai parar mas a sociedade não evoluiu tanto assim no que respeita ao machismo. Xiça que homem é inseguro para caraças!!!

Ainda precisa diminuir a mulher, insultá-la, maltratá-la, difamá-la, para se sentir «macho»...
A sua inépcia reflectida na sua misoginia. 




sexta-feira, 23 de junho de 2017

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Um minuto de silêncio



Senti NOJO ao ler nas notícias que existiram casas abandonadas após o incêndio em Pedrogão que foram assaltadas

Nojo de quem se aproveita de momentos destes para roubar. Nojo de quem é proprietário e para diminuir os prejuízos alega furto de objectos valiosos assegurados contra furto ou incêndio. Nojo de quem entra nas casas dos outros com intenção de se "ajudar" de água ou medicamentos e «ajuda-se» mais do que devia...


Orgulho dos que salvam vidas.

Alegadamente a trovoada surgiu 2 horas depois do incêndio. O que é muito natural de acontecer. Mais um com origem CRIMINOSA?? Nada surpreendente... Estas pessoas assassinas deviam provar do próprio remédio.


A noção de que somos todos irmãos


É na tragédia que se percebe o quanto o mundo é pequeno.´

A morte de tantos inocentes no incêndio em Pedrogão sensibilizou de imediato o país inteiro e os portugueses a viver no estrangeiro. 

Saiu um apelo nas redes sociais por informações de famílias desaparecidas. 

É uma tragédia que nos afeta a todos. 
Se pensamos que alguém que não conhecemos diretamente não nos é nada, estamos enganados. Vim a descobrir, por intermédio da quantidade de pessoas surpreendidas, que tantos que conhecemos isoladamente conhecem direto ou indiretamente um teu familiar. Todos interagimos uns com os outros. Efeito borboleta...

A morte trágica que está a abalar familiares meus, que tem a mesma ressonância em tantas outras famílias, serviu para perceber o quanto eram amados por colegas, amigos, família. Serviu para saber que a prima da cunhada conhecia a mãe da vítima... E que a ex-colega do emprego tem um irmão que trabalhava e convivia com a outra vítima... Serviu para saber que as empresas onde trabalhavam ofereceram ajuda, serviu para entender que nos unimos em momentos como este. 

O mundo é assim: tão pequeno.
Todos se conhecem... 
E no entanto, estamos sempre tão sós...

terça-feira, 20 de junho de 2017

O incêndio em Pedrogão é o SOS da mudança

Foram decretados 3 dias de luto Nacional pelas vítimas do incêndio em Pedrogão.




Quando soube do sucedido senti-me abalada e subitamente invadida por uma tristeza de criar lágrimas. Ponderei sobre este tipo de sensibilidade. Com tantas tragédias a acontecer por este mundo fora, sem dúvida que lamentamos todas, mas sentir profundamente só poucas. 

Qual a diferença?
O sentir-mos que estão perto ou terem acontecido com pessoas ou locais que se conhecem bem. São esses os instantes em que o ser humano se centra no que realmente é importante.

Ontem podia ter tido queixas da vida sobre algumas coisinhas singulares....
A tosse que não me passa (voltou), o fato desta incomodar o indivíduo cá de casa durante a noite e eu estar agora acordada porque é a única forma que tenho de não tossir tanto (mas preciso descansar)... Contudo, quando ele veio ter comigo, disfarçadamente, dizendo que eu devia tomar um xarope porque tossi muito alto durante a noite... nada disso me incomodou.

O que é a minha persistente tosse seca e seus surtos diante da tosse sufocante daqueles que padeceram no incêndio? Nem se pode comparar as origens.

Hoje fiquei a saber que uns familiares estão entre as 64 vítimas do incêndio em Pedrogão. Faleceram na apelidada «estrada da morte». Essa consciência de que alguém que conheceste, que viste crescer a certa altura da vida, que partilha avós, tios, sobrinhos, primos contigo faleceu dessa maneira, a morte de crianças, tudo isto obriga-te a por a vida em perspectiva. 

Sabe-se que a inalação por fogo é a principal causa de morte em incêndios. E eu só espero que o final deles tenha sido... Meu Deus! Como posso sequer imaginar? O desespero? O saber-se encurralado e o ver com os próprios olhos enormes paredes de chamas em todas as direcções? O calor??

Quem já esteve perto de um pequeno fogo, ou a quilómetros de distância de incêndios, sabe o quanto se sente intensamente o bafo, o ardor. E isto em reduzidas ou distantes proporções! Estar num...   

Incêndio que deflagrou no sábado, 17 de Junho
Em Pedrogão Grande, distrito de Leiria


É tão importante a PREVENÇÃO!!
Espero que seja DESTA que algo mude no sentido de IMPEDIR que a população esteja totalmente vulnerável diante das chamas. Tem de existir um momento na nossa história de incêndios florestais que será apontado como o «momento de mudança» e, espero sinceramente, que seja este. Afinal, este também é de origem diferente. E se a NATUREZA nos está a explicar tão claramente o que acontece, é bom que prestemos atenção ao que ela nos diz. Porque geralmente, ela avisa primeiro com um bom exemplo e depois... aplica outro devastador!

Então espero que aprendemos de vez que é VITAL incluir na nossa rotina conhecimentos de SOBREVIVÊNCIA em caso de catástrofes. Sejam elas naturais ou não.

Quantos de nós tem um extintor em casa?
Uma máscara para a não inalação de gazes tóxicos?
Sequer uma manta anti-fogo?

Falo por mim: não tenho nenhum.
Mas sempre quis ter. 

Quis ter mas nós damos tão pouca importância a estas coisas que podem fazer a diferença entre a VIDA ou a MORTE que reparei que ainda é muito difícil encontrar informação, aceder e ter disponíveis utensílios de prevenção.

Se eu for à farmácia pedir um KIT de primeiros-socorros, dão-me um estojo com gazes, adesivos, uma tesoura, desinfectante... enfim. Um Kit para estancar pequenas hemorragias e desinfectar feridas.

Mas e se eu quiser um KIT anti-incêndios?
Anti-inundações?


Faz muitos anos que sou da opinião que todos devíamos ter em casa este género de equipamento. Mas nunca consegui encontrar informação de como o obter nem de onde o encontrar. Nos dias de hoje, em que se constroem infraestruturas gigantes em betão (lembrem-se do poder mortífero da poeira lançada pela derrocada das torres Gémeas em Nova Iorque), agora que se faz terrorismo químico, é ainda mais importante saber como funcionam e ter equipamentos apropriados que nos podem salvar a vida. 

Estamos entregues a nós mesmos. Vulneráveis a 100%.


sábado, 17 de junho de 2017

Sabem quantos graus por aqui?


Quando saí do emprego às 17h, entrei no autocarro com intenções de seguir para casa. Mas em segundos soube que ia era ao centro comercial. É que no autocarro estavam 42º centígrados e sabia que no centro comercial ia sentir uma brisa refrescante de ar condicionado!

 Enquanto que o autocarro... Bom, falamos muito mal dos nossos de Lisboa mas deixem-me dizer que por cá são super descarados. Enquanto os nossos, muito de vez em quando, lá têm o ar condicionado de facto a funcionar, por cá reparei de imediato que, podem-se apanhar 20 por dia, NENHUM terá ar fresco. É tudo faz-de-conta.


No inverno sabem ter o termostato bem quentinho. Mas não estão NADA preparados para os dias de verão. Entretanto, já vi lagostas. Não sei como mas, com apenas um ou dois dias de sol, já vi um casal de brancos que viraram vermelhos. 



Pelo sim pelo não, aproveitei a ida ao centro comercial para comprar algo que já me apetecia em Dezembro: Gelado? Não: protector solar. Fator 50 e tudo o mais que tiver. Eu é que não vou ficar lagosta!!

Este calor de bafo do Inferno faz-me lembrar a praia...


E como estava com fome fez-me lembrar as sandes de ovo mechido...


Como caem bem quando está calor!!
Saídas da arca frigorífica então... com uma folha de alface. Ai, que delícia!!

Quando penso que a maioria das pessoas associa a bola de berlim a tais prazeres, enjoo. 

Só de imaginar aquele creme de ovo que, em qualquer outro lugar, adoro, sob o calor da praia... E a sede que sempre me deu praticamente à primeira dentada naquela massa seca da bola de berlim... ou aquela súbita sensação de doce em excesso do açucarado creme... Blhac! Minha rica sandoca de ovinho mexido fresquinho com a folhinha de alface crocante!!



Mas pronto... Gostos são gostos. 
Enquanto isso, a ver se não me esqueço de começar a aplicar o protetor solar. É que eu compro estas coisas e até gostaria de as usar. Mas não crio o hábito... Agora tem de ser, porque a pele é de veludo a querer ganhar rugas e a tolerância a este bafo dos infernos nunca foi coisa que me aprazasse. 

Sempre um protetor solar, ahahah! 


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Arre, que não aguento!


E como não tenho com quem desabafar, vou fazê-lo aqui.

A injustiça é algo que me altera o sistema nervoso. Aguento-a bem por um tempo, quando dirigida a mim. Mas quando esta se estende por longos períodos de tempo perturba-me bastante. Estou em ponto de ebulição.

Acabei de regressar da reunião mensal que a empresa faz com a equipa. Defendi uma colega que se identificou como sendo a apontada por um cliente numa crítica negativa. As críticas dos clientes são deixadas no site da empresa ou, o mais comum, deixadas no tripadvisor. E ela logo se identificou como a pessoa visada numa crítica negativa, mas que gostava de se explicar em privado. Eu, feita «parvinha», ainda a defendi, dizendo que a crítica não apontava nomes e que as críticas devem ser tomadas como parte de um todo da equipa. 

Pelo menos é o que eu acho. TRABALHAR como uma equipa significa que uns se ajudam aos outros e tudo é dividido e repartido entre todos. 

No final da reunião, esta «loura» -- como foi referida na crítica, começa a dizer que, se temos problemas com as pessoas, deviamos dizer-lhes na cara e não por detrás. Diz também que deviamos trabalhar todos em equipa e quando um termina o trabalho devia ajudar os restantes. Mas no finalzinho mesmo, ela diz que uma vez já tinha terminado o trabalho dela e a outra colega também (considerado mais demorado) e a «pessoa que estava a fazer o reposicionamento de stock» ainda não tinha terminado. 

Ora, nesse momento, eu soube que ela muito provavelmente estava a falar de mim. O que foi feito do «dizer as coisas na cara das pessoas?». Logo ali já não gostei da atitude. Ela ainda, para reforçar, pediu à outra colega que confirmasse que o facto de facto aconteceu. A outra acenou com a cabeça.

Eu saí daquela reunião tão perturbada!!
O final da mesma foi ela, aliada ao meu bully pessoal, a fazer insinuações sobre mim.
Até me disse que eu «desaparecia e não avisava ninguém quando ia ao WC», o que é uma mentira muito injusta. Só uma vez, já no final do meu trabalho todo feito, quando já não havia clientes e estavamos de portas fechadas, estava eu a ajudar os outros com as suas tarefas quando o bully chama uma colega à parte e manda-a vigiar o que eu estou a fazer - é que eu, para não estourar, e consciente de que não tinha ido ao WC o dia todo (por causa da presença dele) fui sem dizer nada. UMA ÚNICA VEZ!! Sempre me disseram ali que não é preciso pedir autorização e no final do turno, com tudo feito e ele ainda a me massacrar a cabeça... por amor de deus!

Fazem da excepção a regra e isso para mim é uma injustiça que não suporto. Mais ainda porque isso foi há 3 meses e ainda serve como desculpa... Quando todos os dias estou ali à espera que a clientela diminua para poder ir fazer xixi... Ou espero terminar todo o trabalho e ter tudo atinado para pedir autorização para ir fazer xixi...

Não sou criança para pedir, mas peço. Aviso. Trabalho em equipa. Sei que sim. E trabalho muito bem. Sempre pronta a ajudar os outros. Não os acuso de fazer um mau trabalho, não os persigo, não lhes aponto os erros - que por vezes até são frequentes. Pelo menos com estes que gostam de criticar os outros. São os que mais erros cometem.

Ainda há dois dias, o meu "bully" atendeu um cliente. Eu atendia os meus. Nisto reparo num senhor com ar perdido, à espera junto ao balcão e pergunto-lhe se quer pedir alguma coisa. Ele diz-me que já pediu, que estava à espera de um café e e um chá. Perguntei-lhe quem o atendeu... rezando para que não me indicasse o «chefe-bully». Mas ele indicou-me o chefe-bully.... Como rezei com os meus anjinhos que a coisa corresse bem...  Bem que tentei não ter de o abordar. Fui buscar os tickets que saem da máquina com os pedidos afetuados. Dos CINCO papéis que tinha na mão, que tinham um tempo de registo da última meia-hora, haviam capuccinos, lattes, cafés de filtro.... mas nenhum com chá e café. Ora, não sabia se o cliente havia pago ou não. Tive de falar com o Bully e muito educadamente, chamei-o pelo nome e disse:
-"Este senhor diz que pediu um café e um chá".
_"Ah! Desculpe senhor! Peço desculpa! E ninguém lhe serviu o chá? Peço imensas desculpas senhor!" - diz ele com ar de censura e crítica. Até faz aqueles sons de reprovação. 
Vira-se para mim e diz-me:
-"É suposto alguém estar aqui a servir os cafés e chás! Desculpe senhor..." - repete ele, não a pedir desculpas porque se esqueceu e cometeu um erro, mas a acusar-me a mim de ser responsável pelo mesmo!!

E é isto que ele faz, sempre. Erra muito. Mas os erros são dos outros. 
Eu fiquei marcada com o que aconteceu com ele. Por ele se recusar a me ouvir e nem me deixar falar, eu às tantas gritei. E isso aqui é muito mal visto. Ainda por cima ele é o meu superior e, apesar de incompetente e incapaz de suportar o peso do cargo, fica mal um subordinado não «respeitar» o superior. Partiram do pressuposto que as suas implicâncias eram «tentativas de ajuda mal interpretadas» por minha parte. Tentativas de ajudar. Mas eu posso garantir: o tipo nunca me prestou NENHUM tipo de de ajuda. Nunca me esclareceu um palito!

Ao contrário: quando lhe pedia ajuda mostrava má vontade, atrapalhação ou apenas me respondia (quando respondia): já devias saber isso! E não ajudava em nada.

Depois fiquei a saber que ele derrubou uns pratos e acusou a rapariga que os segurava de ser a responsável. Quando me foram avisar ao bar que a cozinha estava cheia de pratos para serem entregues nas mesas e ninguém os estava a levar, eu fui a correr ajudar. Ele chega e num tom chateado, já a meter as mãos à cabeça, diz:
-"Só eu é que levo os pratos!".
Eu pousei o prato que já tinha na mão e deixei tudo lá...

Ele que dê os próprios exemplos e espero que um dia alguém faça alguma coisa. Porque é impossível não repararem! Todos sabem, até os seus superiores. Ninguém faz nada. Assim não dá. Enquanto isso eu vivo os dias de trabalho com extra stress porque tenho de dividir metade com ele... E pelos vistos, com os seus "soldados"!

Não mereço.
Vou começar a procurar outra coisa que eu não vim para aqui trabalhar no duro, sabendo que faço um trabalho de qualidade, para ser tratada como lixo. 
 

Novidades até as há... hoje é dia 13!


Talvez por ser dia 13, deu-se um «milagre» com um mês de atraso (estas coisas demoram a atravessar o oceano e a chegar ao Reino Unido). A mais recente inquilina limpou a casa.

Saí para fazer compras e demorei pouco mais de uma hora. Quando cheguei a casa tinha sido aspirada, o chão lavado com lixívia... Fiquei impressionada. Não sei se a limpeza da retrete chegou a ser bem feita - pode ser que aquela marca avermelhada seja da madeira - só descobrirei quando for eu a limpar eheh. Mas queria só partilhar isto.

Geralmente demoro 3h ou até 4h a limpar a casa... Mas sempre ouvi dizer que era lenta nestas coisas! Kkkkk. Não me pareceu que tenha ficado mal feito. Só de ter o chão aspirado e lavado, já é bom. E ter percebido que ela vai cumprir estas regras de viver na mesma casa já me satisfaz. Era só o que precisava descobrir.

E como um milagre nunca vem só - hoje também depositou dinheiro para pagar as contas!

Ou melhor, todos nós pagamos, hoje, a quantia habitual para as despesas de electricidade e gás. Foram precisos uns 5 dias de avisos... "Olha que só resta 5 libras... Olha, só temos 1 libra....". Mas hoje foi o dia. Embora o rapaz não tenha, como tinha se comprometido a fazer, me mostrado como se faz o top-up (carregamento), não me importei. Nem sei porquê, mas já o esperava da parte dele. Disse que sim e 10 minutos depois saiu com o dinheiro para fazer o carregamento sem me dizer cavaco.

Mas NÃO FEZ MAL.

E agora é um ARRAIAL de luz acesa... fornos elétricos ligados no máximo, televisão da sala, máquina de lavar que hoje trabalhou 3 vezes... Nada comparado aos gestos mais poupadinhos dos últimos dias.


Resta saber qual foi o terceiro milagre....
ADORARIA que fosse o chegar amanhã ao emprego e não mais lá ter como colega um tipo que não sabe trabalhar com ninguém!

(mas se não for esse, então que seja ter o primeiro prémio do euromilhões na carteira sem saber, ehehe!) 

segunda-feira, 12 de junho de 2017

O que os ingleses julgam de RUDE

Hoje um «chefe», meio a brincar - depois a sério, disse-me que eu fui rude por lhe ter apontado o dedo.

- Rude?!??!! - Repeti eu em espanto.
- Sim, apontar o dedo é rude.
- Não. Apontar não é rude.
- É considerado rude sim.
- OK...  

Este é um dos exemplos que posso dar para falar de uns comportamentos comuns que avisto por aqui que me têm estado a apoquentar. E acho que posso classificar todos eles nessa categoria hoje injustamente rotulada ao meu dedo: RUDEZA.

Mas primeiro quero descrever a circunstância em que «lhe apontei o dedo». Foi-me dito que precisava anotar numa folha as horas de trabalho porque (mais uma vez) a máquina que «pica o ponto» deixou de funcionar. Euzinha, sempre tão responsável, sempre preocupada e a tentar fazer o que é certo e o que me é pedido, pega na folha, numa caneta e trata de começar a escrever a hora de saída. Nisto vejo o «chefe» passar apressadamente à frente do balcão e vou para o chamar. Levanto o braço onde estou a segurar a caneta e levanto o meu dedo indicador ligeiramente - como as crianças fazem na sala de aulas da escola - onde são ensinadas que é da boa educação pedir a vez para falar, ora levantando o braço e abrindo a mão, ora pedindo "licença" como quem estica o dedo indicador para chamar um táxi ou para chamar o empregado de mesa.

Foi só isso. Na verdade, o gesto nem chegou a se finalizar. Só tive tempo de erguer o braço e o dedo no ar e de abrir a boca, porque não me lembrava do nome do chefe.

Mas se apontar o dedo é rude por estas terras, Ok...
Fiquemos com exemplos de pessoas rudes.










Sinto uma certa Dó por esta gente...
Parece que estão a querer ser «politicamente correctos» com tudo, acabando por remover as emoções boas das coisas, o calor humano dos gestos. Estão estilizados. Julgam-se livres mas estão socialmente reprimidos. E o que é pior: pegam em algo puro e inocente e conotam-lhe pecado - sinto dó deles.

São vários os exemplos que verifico no dia-a-dia que encaixam neste conceito.

Acho que apontar e agitar o dedo em riste durante uma discussão pode ser considerado rude. Pode até ser um prelúdio de violência. Mas à que distinguir as coisas!


Podem-se apontar dedos bons e dedos maus. E aqui não fazem isso. No UK um dedo apontado é um dedo apontado. Nem chega a ser "feio", como nós em Portugal ensinamos: «não apontes o dedo que é feio». Aqui é logo rude e dá à outra pessoa um argumento socialmente aceite de ter sido vítima de um gesto inadequado.

Em portugal é apenas feio. Apontar o dedo para indicar uma direcção ou a alguém é algo que se deve evitar. Mas isto de censurar um dedo apontado, é, a meu ver, uma regra arcaica, que suspeito ter tido origem na aristocracia e burguesia que se queria diferenciar socialmente dos pobres e lá estipulou como sinal de estatuto o dedo apontado. Porque os pobres e analfabetos tinham de comunicar por gestos para se fazerem entender. Eram os que usavam os punhos por não saberem resolver as suas diferenças só pelo poder da argumentação. Já os magistrados, os nobres, esses sabiam línguas, tinham muitas regras sociais a cumprir... a comunicação tinha que seguir protocolos verbais. Isso é que ficava bem.

É cómico, ridículo e até repulsivo que hoje se diga que a rudeza parte de quem aponta e não de quem o estipulou por razões tão infelizes.

sábado, 10 de junho de 2017


DÚVIDA

O que é que acham de homens com sapatos pontiagudos?




Será que estão a compensar algo relacionado com o tamanho??

sexta-feira, 9 de junho de 2017

para Inglês ver


Nunca antes esta expressão fez mais sentido quanto faz agora, que vivo em Inglaterra.
Chego à conclusão que nesta terra o que conta é o que parece ser.

Como vos contei, no emprego vinha a ser alvo regular de uma prática de bullying daquelas mesmo reles, que não é carne nem peixe mas não perde uma oportunidade de um segundo sequer, para se manifestar. E como sabem, eu dei um berro de "Basta! Estou farta! Vou fazer queixa de ti!".

Pois por ter tentado levar o caso ao conhecimento dos superiores, foi aberta uma investigação e escutada testemunhas. Testemunhas essas que nunca cheguei a saber quem eram, nem o que contaram. Também não me importei com isso, porque não. Sabia o que tinha feito, como e porquê. Assumo o que faço de bem e de mal. E não minto. 

O estranho é que virei eu a agressora e ele, a caridosa vítima. 
Aqui, em Inglaterra. O país "das leis contra tudo". Numa empresa onde tive de fazer uma extensa formação que incluiu vários módulos sobre os diferentes tipos de descriminação e bullying - classificando todos os exemplos como inaceitáveis. Exemplos esses que nem vos passa pela cabeça!

E é aqui que sinto um desdém pelas causas e um foco exclusivo na consequência?


«É a tua interpretação». - disseram-me mais que uma vez, a cada tentativa de exemplo. "Talvez ele quisesse ajudar" - responderam de modo factual.

Não, não é a minha interpretação. É bullying mesmo!

Logo aqui... 
De facto nem sempre a reputação corresponde à realidade. E cheira-me que o Reino Unido tem reputação de muita justiça social que, na prática, não é executada. A menos que o caso diga a respeito a coisas pontuais muito específicas nas idades e géneros.

Devem julgar que o bullying só existe entre crianças e jovens. Esquecem-se que estes bullies crescem e chegam à terceira idade.

Por ter gritado, fui eu a rotulada de bully. Lol. O outro aproveitou de imediato a situação para se vitimar. O que eu obtive foi um cadastro de violência registada em processo e com direito a expulsão imediata caso algo semelhante se repita. Gritar... O que causou esse outburst passou-lhes ano lado...



Não devem ter lido BD suficiente em crianças... 
Essa coisa de tolerância «zero» a uma voz elevada não faz jus às mais cruéis nuances de bullying

A ironia de cada detalhe por vezes fazem um bailado na minha cabeça. E fico a pensar: "vale a pena??".

Se vale a pena continuar a trabalhar naquele lugar. É sobre isso que me interrogo.
Doidos por me ver expulsa devem estar um ou dois... Mas eu não me apeteceu virar as costas. Enfrentei de frente, como um forcado encara um touro. O trabalho não tenho nada contra ele. Ainda não me cansei. Vou para o emprego contente, ando a cantarolar para com os meus botões. Desagrada-me quando noto que há pessoas a fazer menos do que podiam e não ajudam, mas acho que sou das poucas que faz o que faz por gosto e não porque é uma ocupação não muito exigente que paga decentemente.


Mas até nisto noto que o que conta é o «parecer fazer»... Não conta o fazer com que outros não façam, o ajudar... Se os números - que é o que realmente importa por estas bandas - não forem satisfatórios, de nada interessam as características humanas que te deviam valorizar como empregado.

Vou dar um exemplo muito claro:
Estão seis pessoas a trabalhar com caixas registadoras. Durante o expediente há sempre uma maioria que faz por registar o maior número de pedidos, que faz por estar mais a trabalhar ali do que noutra tarefa qualquer que os afaste do dinheiro. Isto porquê? Além da preguiça (custa menos trocar dinheiro de mãos do que fazer trabalho mais sujo ou pesado) o motivo principal são os NÚMEROS. O sistema regista QUANTO é o lucro que dás à empresa. E todos espreitam na folha a quantia que cada qual fez, para se comparar e ver se fez mais. O sistema também conta as vezes em que cometes ERROS. Cada vez que se apaga um pedido - ainda que o motivo seja o cliente ter mudado de ideias - não é a QUANTIDADE de vezes que isso é feito que é contabilizado, mas O VALOR.

Por exemplo: Se um cliente pede algo no valor de 13 libras e muda de ideias, mesmo que a seguir peça algo do mesmo valor ou superior, o que conta para as estatísticas é o TOTAL do valor dos erros. O sistema define assim porque cada erro é uma OPORTUNIDADE para o empregado ROUBAR dinheiro. Algo que o cliente pagou, recebeu, mas não entrou na caixa. São os números que fornecem a suspeita de que possa haver um furto. 

TUDO é contabilizado, todo o stock é contado, não se pode tirar um pacote de chá sem dar vazão do seu paradeiro nem vender um artigo por engano, pensando se tratar de outro. Fazem logo uma investigação. Cada desperdício é medido ao milímetro. Porque o que importa são OS NÚMEROS. E quem comete «mais» erros, por muito bom que seja a lidar com clientes e com o factor humano, tem menos valor que um trabalhador que dá mais lucro.

«Hoje», pela primeira vez, perguntaram-me, no final das contas feitas à caixa: "A que horas é que entraste no serviço?". Demorei apenas uns segundos a entender a relação entre o se estar a fazer a caixa e a pergunta fora de contexto. É que, comparativamente aos restantes, hoje fiz menos 200 libras. 


Andei a pastelar ao invés de trabalhar?
Claro que não!
Digo-vos que muitos dos que fizeram mais dinheiro pastelaram bastante. Conversaram, contaram piadas... Mas quando viam um cliente a aproximar-se era quase um "empurra, chega para lá que eu é que vou registar este!".

Foi um dia de pouco movimento. De modo que chegou-se ao ponto de estarem três empregados a servir um só cliente. Mas só um destes empregados fica com os créditos, compreendem? Porque foi ele que registou e colectou o dinheiro. Se ele depois não fez mais nada é irrelevante. O que conta são os números. E os números não registam a qualidade, a simpatia... 

Estive o dia todo sem parar de trabalhar - como gosto de fazer. Ajudei os outros com os seus pedidos (deixando de registar os meus até porque haviam «gaviões» à caça da lebre) e ainda me pediram para dar formação a novos empregados. O que fiz. Bem feito, diga-se de passagem. Deixei-os serem eles a usar a registadora, levando, claro, mais tempo no processo. E isso reflecte-se em mim de que forma? Vão concluir que sou prestativa? Não. Vão me dizer que fiz menos 200 libras.



Depois contarei mais sobre este tema... por agora fico por aqui. Sabem, vou trabalhar daqui a 3h... Saio de casa daqui a uma hora e meia para apanhar o transporte que só passa duas vezes a esta hora... O curioso é que não dormi. Contava entrar mais tarde - porque todos os dias a hora é diferente e nos anteriores entrei às 7am. Por isso eram 22.20h quando senti sono e pensei que ia adormecer cedo e dormir as tão apontadas 8 horinhas... Pela primeira vez em semanas.

Mas lá me lembrei de consultar o horário e foi com um susto que o despertador me indicou que teria apenas 4h e 20 minutos de sono, se entrasse em «hibernação» de imediato! Escusado é dizer que a coisa já não funcionou. O meu cérebro começou a pensar e...  Precisou vir escrever. Já não vou dormir. Mas o que me preocupa é que, dormir dormir, só consegui fazê-lo dia 7, entre as 17.30 e as 21h00...

Mas garanto-vos que não estou (ainda) com o cérebro em papa! :)

Será que vou ficar às escuras?



Hoje falei com o colega de casa, avisando-o para estar atento aos contadores da luz e gás. Pois devemos estar quase a atingir o limite e a precisar de fazer novo depósito. Ele não se mostrou muito interessado ou preocupado com a conversa. Disse, inclusive, que ainda tinhamos «muito». Mas há quatro dias, quando fui espreitar o contador da luz, este já estava nas 9 libras. Se se gastar 2 por dia... Temos realmente muito?

Algo se passa que ainda não entendi... Primeiro ele apressa-me quase num bulling insistente e exagerado para dar a minha parte porque "só falto eu" e já "faz dois dias"... Quando na realidade fazia menos de 12h... E se «só faltava eu» não tinha como o saber porque ele nunca coloca a parte dele no molho do dinheiro e nem deu tempo durante a madrugada para o descobrir!


Agora quero só ver se ele vai adiar um assunto tão sério como o ficar sem luz e gás, arriscando-se a ficar sem argumentos diante da pressa que demonstrou na vez anterior. Ou se vai submeter todos nós a este desnecessário processo, 

Infelizmente só ele é que sabe fazer os pagamentos...
Assim que cheguei também quis aprender, mas nenhum teve «tempo» para mostrar como se fazia. Se o indivíduo de facto for embora durante o verão como argumenta que irá fazer, não vai cá estar ninguém que saiba fazer os pagamentos. É ou não é triste? Foi mais uma forma que ele encontrou de estar sempre no domínio das situações e se tornar mais indispensável do que realmente podia ser. O ir de férias é o único motivo que encontro para justificar a sua exigência no depósito de uma quantia elevada. Esperaria ele que durasse até se ir embora?

Agora quero só ver se vai também exigir o mesmo valor que exigiu da última vez - se sentir que não vai cá estar para usufruir e vai ter de pagar sabendo que não terá proveito. Tomara que isso aconteça porque seria, no mínimo, justiça poética. 

É só essa a curiosidade que me resta _:)

Contudo temo realmente ficar sem luz quando dela precisar! E eu, sem computador... fico desconectada do mundo. Algo que não posso deixar acontecer quando se vive só. 

terça-feira, 6 de junho de 2017

Rajadas de vento que abrem portas


A porta estava aberta. E então eu vi. Vi o interior do quarto da «nova» colega de casa.
Ela é simpática. Muito simpática. Bonita, carismática, parece descomplicada...


Mas deconfio que descomplicada ao ponto de ser desleixada...

Hoje entra a SEMANA de ser ela a limpar a casa.
Quero só ver se vai mexer um dedo - já que não mexeu da outra vez.

Mas diante DISTO...
Que vos parece?




PS: aqui chove sem parar e tem estado muito vento. Todas as portas e janelas da casa batem com a ventania, por mais que se tende impedir, fechando-as bem fechadas. A porta do quarto da mais recente inquilina é das que mal fecha. E foi o vento que a abriu, escancaradamente. Se comigo, de porta bem fechada e apenas uma frecha da janela aberta, acontecia as persianas abanarem violentamente e a janela se abrir na totalidade - então numa porta de fecho "solto"... Tudo fica exposto. 

domingo, 4 de junho de 2017

O hábito da numismática e como me ensinou a conhecer as pessoas


Trabalho com uma caixa registadora cheia de moedas, onde sempre tenho mais possibilidades de encontrar moedas para a minha colecção. Mas tem sido diretamente pelas mãos dos clientes que tenho apanhado quase todas. 

Num aglomerado de 200 moedas... a que tem uma cunhagem diferente vem quase sempre parar às minhas mãos por intermédio de um cliente simpático - às vezes na forma de gorjeta (que não posso aceitar). Acho isto muito curioso :) 

Digo que são os clientes simpáticos, porque os menos simpáticos e sovinas não costumam dar essa sorte. Numa ocasião uma mulher de origem oriental (nossa, como eles são forretas! Sem querer ofender mas existem traços que definem certas origens geográficas) espalhou um monte de moedas em cima do balcão e disse que queria o produto X (a coisa mais barata que temos no menu - uma espécie de bolo com chá). 


Tendo à minha frente cerca de duas dúzias de moedas, comecei a selecionar as de maior valor para chegar Às 3 libras e picos... A mulher tinha duas moedas de 2 libras com ela, três de 1 libra e muitas de outros valores. Reparei de imediato que tinha o suficiente para o mais barato que existe no menu - e então disse-lhe que tinha o suficiente. Uma moeda de 2 libras estava com o rosto ao contrário então por instinto virei-a e mirei-a, porque era diferente mas no fundo estava a tentar perceber se era uma moeda inglesa ou de outra nacionalidade. A mulher vai com a mão À moeda, pega nela, e mete-a no bolso. Todas as outras deixou ali em cima do balcão, como quem despeja um fardo e que seja a outra pessoa a encarregar-se de descobrir ali a quantia necessária. Foi a forma como meteu de imediato a moeda ao bolso, tentando disfarçar... Tornou-a mesquinha aos meus olhos.

A moeda que a mulher levou ao bolso

E depois tem os generosos. Hoje não foi dia de clientes generosos, mas de clientes que querem pagar tudo com moedas do mais baixo valor. Querem pagar 15 euros com moedas de 10, 5, 1 centimo, uma ou outra de 1 euro... Estão a ver a cena??

Raramente aparece um generoso. E quando aparece... Bom, hoje apareceu um. Devia ser americana, pois esses têm o hábito da gorjeta no recibo. Ficam bem aliviados e contentes quando percebem que neste país não são obrigados a isso. Ficam mesmo contentes em não deixar tusto. Mas uns poucos ainda «agarrados ao vício» do julgamento social costumam deixar uns trocos em cima da bancada - pensando eles que as moedas vão para um recipiente de gorjetas e são divididas entre todos. O "chefe" do dia viu 3 libras abandonadas no balcão, perguntou a todos se eram de alguém e ao ver que não, acho que as meteu ao bolso. Logo a seguir apareceram uns refrescos que ele foi comprar...


O problema de certos superiores é que eles tiram proveito da posição para serem... mesquinhos. Este não meteu as moedas na caixa da caridade - é para lá que vão todas as gorjetas deixadas pelos clientes. É uma maneira bem típica dos ingleses, fazer caridade sim - mas com o dinheiro dos outros. Este vai ser um tema para um próximo post...  E como o vejo sempre a comer os excedentários alimentícios e as bebidas que estão boas mas que são «sobra» (estamos proibidos de comer durante o expediente ou de levar comida excedentária para casa ou nos servirmos dela), deixa-me a impressão que é um indivíduo capaz de meter as gorjetas a seu uso pessoal.

Hoje foi também a primeira vez que respondi a um cliente que me estava a empatar o tempo de serviço com pedidos intermináveis e um pagamento por moedas cada vez de valor mais reduzido, que pode se ver "livre" das moedas - como estava a dizer - enfiando-as na caixa de caridade. Afinal... se as pessoas não querem as moedas, ao invés de tentarem pagar um hamburguer de 11 libras com esses trocos, porque não pagam com notas e metem as moedas na caridade? Ainda por cima estava a dar em direto na TV o concerto de caridade para as vítimas do atentado de Manchester (próximo post, estejam atentos!). E que tal deixarem-se contaminar um pouquito pelo«espírito da coisa» e deixar ali umas moedas??

Boa semana, pessoal! 

  

sábado, 3 de junho de 2017

Alimentação noutro país


Desde que estou a viver em Inglaterra a minha alimentação deixou de incluir determinados produtos na quantidade a que estava acostumado. Na minha opinião os portugueses consomem muita carne. Não é por isso que aqui praticamente não como nenhuma. Mas o facto é esse: raramente toco em carne.


O que como então, ao invés disso?
Peixe...


Também não tanto. Se calhar só como «industrializados», produtos que vêm já feitos ou semi-preparados. Deixei de me alimentar com comida preparada do fruto à refeição. Mas em termos da diminuição do consumo de carne (vermelha em particular), não sinto falta alguma e desconfio que o corpo não precisa nada dela. Deve fazer mais mal que bem... mas lá que é gostosa, é.


Desde que aqui cheguei - e me perdoem a imagem gráfica - nunca sei de que «cor, forma e consistência» vão sair os dejectos que o corpo tem de despejar cá para fora... É sempre um "Kinder surpresa" Ahahaha. 

Perderam o tom característico da :poop: 



Acho que sempre se mudam os hábitos alimentares quando se muda geograficamente de lugar. Deve ser a coisa mais comum de acontecer. 

quinta-feira, 1 de junho de 2017

O Elvis lá do sítio


Confesso-me:
O género masculino tem uma característica que muito me fascina. E ela é... a voz.
Não uma qualquer, mas um certo timbre de voz, que até hoje não sei definir bem.

Exemplo de homem inicialmente atraente
(bonito, com profundidade no olhar)
Qual músculos, qual rosto, qual quê!
Há uma certa voz, possante, grave, mas ao mesmo tempo serena...
Das raras ocasiões em que escutei vozes assim, tive de esconder que não me fascinavam e não demonstrar nenhuma alteração, Kkkk.

Porque eles sabem...
Sabem-na toda. E já contam com esse trunfo.
(os sacanas).
Não atrai... (olhar pouco profundo, ar palerma Kkkk)

E porquê conto eu esta história?
Bem, recentemente andei a ver vídeos de música (não deram por nada, pois não? Eheheh.).
E isso trouxe-me uma lembrança.

Não é nada de muito relevante mas... lembrei.
Andava pelos meus 15 anos. Quando numa rara ocasião em que me foi permitido sair de casa, conheci um rapaz que logo simpatizou comigo. Educado - o que me agradou, bonito - o que procurei não valorizar e... com uma voz muito mas muito mais adulta que a sua idade. Agradou-me ouvi-lo falar. Agradou-me todo o seu jeito de ser. Traços no rosto dele faziam-me lembrar alguém... só não conseguia lembrar quem.

Foi então que descobri. O rapaz parecia-se com o Elvis Presley
Com a minha mente criativa já a imaginar histórias, olhei discretamente para ele e pensei: "É possível. Quantos filhos não poderá um artista como o Elvis ter espalhado pelo mundo? E um veio aqui parar...".

Se era ou não, nem era relevante. Era mais o enigma. Dava ares dele, mas, atrevo-me a dizer que era ainda mais perfeito. A verdade é que o rapaz era LINDO de morrer, tinha aquela voz deliciosa de escutar mas, a meu ver, ele era realmente lindo porque era muito educado, tranquilo. daqueles que pedem licença, dão a vez às senhoras, mostram interesse em te escutar e tudo e mais... 



Infelizmente e não por vontade dele, não fui mais longe e fiquei pelos breves contactos. 
Fui uma parvalhona!!!